segunda-feira, 25 de maio de 2015

VAMOS VIRAR O DISCO? by Alexandre C. Aguiar

Um jogo como este, no qual o Avaí venceu o Flamengo, assistido por todo o Brasil, nos traz algumas lições, isto para quem quer aprender, para quem tem boa vontade, obviamente. Quer se queira ou não, um resultado assim não é por acaso e é algo emblemático, extraordinário, e que precisa ser decomposto para se entender melhor.
A primeira dessas lições é a paciência. Num esporte altamente competitivo e carregado de interesses como é o futebol, ter calma tanto dentro quanto fora de campo já é um bom passo para se chegar a um objetivo traçado. Claro que o futebol é dinâmico e exige decisões rápidas, mas isso é diferente dos atropelos.
Diretores de futebol afobados certamente fazem contratados malucos com jogadores sem produtividade e expressão, que é para suprir suas incapacidades na formação de um elenco e, na maioria das vezes, é mesmo para dar satisfação à torcida e agradar ao seu fornecedor de atletas, ou à mídia insana. A consequência disso é ter que se desfazer das sobras assim que houver oportunidade e gastar algumas verdinhas com rescisão fora de hora.
Torcida ordinária, aquela que não ajuda na esperança, quando apenas tem como princípio básico achar defeitos em tudo, também é um dos fatores a não se chegar a um objetivo vitorioso. Sua insanidade de arquibancadas e as críticas vulgares e intempestivas concorrem para que as etapas se atropelem e o trabalho seja prejudicado. É boi de manada, gado que segue o bando sem nem saber para onde vai. Normalmente, são os primeiros a morder a língua quando a vitória chega.
Não sei onde está escrito que para ser bom torcedor é obrigatório ser crítico contumaz, exigente ao cubo e corneteiro eficiente e eficaz. Deve ser para não perder os amigos, também corneteiros, que lhes pagam uma cerveja.
Além da calma e da paciência, manter um plano de trabalho e conduzi-lo com critério torna-se um bom passo à vitória. Diretores vaidosos frequentemente exigem dos técnicos uma ou outra escalação de atletas, para satisfazer à torcida, novamente, ou aos seus interesses. E torcedores angustiados e neuróticos xingam o treinador que não dá vez a um suposto ídolo. Quando um trabalho é bem conduzido, a perseverança estará presente, ainda que os entendidos e especialistas continuem a manter suas teses furadas.
Sou daqueles que sempre vê o copo quase cheio. Detonar um trabalho que está apenas começando é de uma infelicidade atroz e reflete insegurança, má vontade e neurose barata. A vaia e as críticas infundadas, em momentos assim, fazem-nos compreender que o autor é o entendido daquilo tudo e posa de dono da verdade. Alguém com um ego do tamanho do oceano e que quer passar um conhecimento que supõe ter. Normalmente, tem pouco conteúdo e atua como bufão da corte quando tudo corre ao contrário do que ele prega.
Espero que os corneteiros de ocasião e oportunistas de plantão, patrulheiros do trabalho alheio, aprendam com este jogo e virem o disco. Quem sabe na próxima partida dentro da Ressacada uma boa parte da torcida que adora emprenhar pelos ouvidos seja convencida a ir ao estádio e passe a apoiar o time que precisa de uma nova vida. Apóie sem vergonha e sem medo. Ou então se faça de surda e não escute mais os que posam de entendidos.
Isto será bom para todos, principalmente para o bem do Avaí Futebol Clube.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC e proprietário do blog Força Azurra. Arte acima: DJ Ban EMC

2 Comentários:

Anônimo disse...

Aguiar, belo texto, mas estás devendo aquele texto da granja CBN-D.

Parabens.

Saudações Azzurras

Valdori

André Tarnowsky Filho disse...

Valdori,

Já falei pra ele!

Saudações AvAiAnAs!

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