SÉRIE B, APENAS TRÊS VAGAS DE ACESSO, by Roberto Costa

Corrupção é palavra da moda. Creio que este espaço não se destina a falarmos dela no seu âmbito político, mas no restrito cercado do futebol, sim. 

Estamos cansados de ouvir dizer que o presente campeonato da série B tem uma vaga de acesso definida para um clube, o Vasco da Gama, sobrando três a serem disputadas pelos restantes, e quem assim se posiciona esclarece logo: porque tem maior estrutura financeira. É muito frágil este argumento, justificar a prevalência do time do Eurico Miranda apenas pela superioridade financeira. Na verdade, quando realçamos essa realidade colocamos nela um peso por conta da corrupção, sabidamente atuante no mundo da bola.

Nós, torcedores Avaianos, percebemos muito bem a interferência da arbitragem no ano passado, quando o árbitro Daronco foi a Chapecó e tomou a si a incumbência de impedir que nosso Clube permanecesse na primeira divisão. Anulou porque quis, o gol do Rômulo, um gol límpido, em lance fácil de ser observado. Era a reta final do campeonato, estávamos diante do ajustamento final das melancias na carroça, então as cartas marcadas iam se revelando e lances assim, pênaltis inexistentes, etc, tornaram-se mais frequentes.

Há um brocardo jurídico, segundo o qual, a lei não protege os que dormem. Então, é importante, importantíssimo na Ressacada estar-se muito vivo e ligado, porque assisti a 30 minutos iniciais do jogo Vasco versus Tupi de MG, e fiquei estarrecido de ver como a arbitragem pode prejudicar uma equipe sem complicar-se. Praticamente, em todo lance de ataque do time mineiro, em que acontecia um contato físico entre jogadores, uma falta de ataque era apitada. Temendo represálias por via dos cartões, os jogadores do Tupi agitavam discretamente seus braços no ar, manifestavam semblantes de desagrado, colocavam as mãos na cabeça. Realmente, parece que na série B as disputas serão apenas por três vagas. 

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto acima: Thiago Ribeiro/Gazeta Press