A DEUSA BOLA, by Roberto Costa
A bola é a maior deidade em todo o planeta, reverenciada por crentes de
toda e qualquer religião e também por ateus. Ninguém observa horas ou
dias especiais para reverenciá-la. Em todo dia, seja útil ou feriado,
reverenciamo-la com fervor; aliás, a todo momento.
Celebrei
formalmente minha primeira comunhão com a bola aos sete anos de idade,
num natal muito especial. Amarela, de couro, encontrei-a debaixo da cama
entre outros presentes, mas foi a ela que abracei, de imediato e para
sempre.
A bola, como entidade digna de nossa
fé, não se importa de ser tratada com os pés, pois é sua vocação, é como
se realiza. Faz apenas questão de ser bem tratada, com respeito, com
carinho, e sofre com os chamados beques de estouro e com os grosseiros
chutes de bico. Somente craques de altíssima capacidade técnica, à
altura de um Romário, conseguem dar toques de bico sutis e carinhosos, e
com isso reverenciar com devoção sua deusa.
Nós
todos, profundos religiosos, verdadeiros místicos, sedentos pelos
rituais de praxe, estamos sofrendo (e como!) com essa época de templos
vazios. É quando não nos importamos com a celeridade do tempo, queremos é
que os dias de janeiro voem, e que o representante de nossa paróquia
retome as celebrações, para que possamos reverenciar de novo nossa
rotunda e querida deusa, a bola.
* Roberto Costa é associado do Avaí FC
2 Comentários:
ANDRÉ, o Tubarão contratou o experiente Renteria.
Não teria sido uma boa para o Avaí?
Não pode ainda vir a ser, para o Brasileiro? - RC
RC,
Claro que sim.
É só uma questão de observá-lo no Catarinense.
Postar um comentário
A MODERAÇÃO DE COMENTÁRIOS FOI ATIVADA. Os comentários passam por um sistema de moderação, ou seja, eles são lidos, antes de serem publicados pelo autor do Blog.