segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A MULTIPOLAR FUNÇÃO DE TORCER, by Alexandre C. Aguiar

Aqui dos altos da Serra do Tabuleiro, em pleno Plaza Caldas da Imperatriz, e com uma porção de coisas para fazer, ainda acompanho as coisas do Leão. Confesso que prefiro estar provando uma IPA estupidamente gelada, mas quem é avaiano não larga o osso. Porém, a cada plim do twitter vou vendo notícias sobre o clube sendo construídas num relâmpago. A principal e mais buscada destas últimas horas foi sobre a apresentação dos novos uniformes para este ano.
E acabo, também, constatando como é medíocre a discussão de torcedor de futebol por cores de camisa. Que coisa mais patética.
Não, é sério, pensa em duas criaturas, uma olhando para as ventas da outra, dizendo que o azul que ela mais gosta é um tipo de azul, enquanto o outro diz que o seu azul é mais azul.
Pensa. Raciocina. Não é uma tolice? Quanta perda de tempo e energia.
Eles dizem que é para manter a tradição.
Ora bolas, às favas com esse troço de tradição, pois as tradições do Avaí Futebol Clube são suficientemente enormes e gloriosas para que um entendido em corte e costura discuta tonalidade de uma cor. E, se isso já não era esquisito, os cabras conseguem o ridículo de fazer um abaixo-assinado para que o clube mude tudo, para que seja do jeito que estas tais criaturas gostam. Não importa se isso virá a custar alguma coisa, o que importa é a “tradição”. Dizem que até entre eles há uma discussão solene sobre o verdadeiro azul do Avaí.
Meu caro leitor, se você contar isso em Lisboa eles vão nos zoar até o século 22.
Porém, se isto já não era uma comédia burlesca, se já não bastasse para a gente se deliciar com tais demonstrações de pura infantilidade, durante todo este tempo de preparação do clube para a temporada, de tudo foi dito e todas as hipóteses foram levantadas. Do último jogo, então, pela Primeira Liga contra o Paraná de Curitiba, só faltou se pedir que todo o time fosse mandado embora e se contratasse outros para os lugares daqueles. Quer dizer, houve quem pedisse isto.
Eu dizia aqui que não se deveria fazer terra arrasada, afinal, isso é Avaí, que joga do jeito que dá e se vira da forma que achar melhor. Às vezes até a pior, vá saber.
E até às cinco horas da tarde deste sábado, na estreia do campeonato catarinense, do jogo contra o Criciúma, o Avaí já era o pior time do mundo.
Entretanto, bastou vencer, bastou uma vitória, e a sopa virou na gamela. Teve até jogador tratado como gordinho antes, que só falta ser escalado na seleção do Tite.
Credo, vou voltar a tomar minha IPA.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC e proprietário do blog Força Azurra

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