terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

ATLETIBA: UMA LIÇÃO A SE APRENDER, by Alexandre C. Aguiar

O que se viu executado por Coritiba e Atlético Paranaense, neste domingo, é algo para se exultar aos quatro ventos. Foi histórico. Diferente do que pensam alguns, não foi um ato de rebeldia, onde se presume uma birrinha juvenil, mas uma demonstração de justiça e defesa de seus princípios.
Para quem não sabe, ambas as equipes não concordaram com a transmissão de sua partida pela rede de TV oficial do Brasil (sim, a Globo manda e desmanda em tudo o que quer neste país) e resolveram que o jogo seria transmitido pelas redes sociais. O árbitro da partida, empregado de sua federação e sem qualquer autonomia para decidir sobre o jogo, como tantos que há por aí, resolveu interromper o evento enquanto a situação não fosse resolvida. Contudo, sem arredar o pé de suas convicções, os dois clubes resolveram tirar seus times de campo, literalmente, e a partida não foi iniciada.
O ato é emblemático, exatamente pela situação em que vivemos em nosso país, uma nação golpeada por mercenários políticos, inimigos da democracia, e vivendo às custas do mercado. A tal “rebelião” proporcionada por aqueles clubes, mostrou, então, que há que se lutar, ainda, por princípios e direitos em qualquer instância de nossas vidas.
A Rede Globo de televisão compra os direitos de transmissão dos jogos do futebol brasileiro. Ponto aí. Ocorre que seus desmandos vão muito além disso, interferindo na vida e na saúde financeira dos diversos clubes do nosso futebol, impondo regras, tabelas e competições as mais diversas, explorando o que pode do nosso esporte tão querido. E chega ao cinismo de dizer que o calendário é destroçante, quando ela mesma impõe as tabelas e os jogos adequados à sua grade de programação.
Além do mais, explora sem perdão a vida financeira dos clubes e distribui as verbas de forma desigual e injusta, favorecendo aqueles cujo retorno comercial lhe é adequado. E tudo isto vem sendo percebido pelos clubes, mas sem que alguém tenha coragem de dizer não. Até este domingo.
Em vista disso, como eu gostaria que Avaí e Figueirense, em sua partida pelo estadual, dessem um fim à exploração efetuada pela rede local, afiliada da mandatária, e começassem uma nova era na conduta da mídia com o próprio futebol brasileiro. Mas, dos nossos, a única coisa que deve ocorrer é ainda emitirem uma nota de repúdio à atitude de seus coirmãos do Paraná.
Duvidas?
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC. Foto acima: Cleber Yamaguchi/AGIF

4 Comentários:

Jackson Reis disse...

Na verdade os dois clubes não fecharam acordo com a globo para transmissão de todo o campeonato paranaense, a globo ofereceu 1 milhão pra cada um por 3 anos de contrato, então a globo não pode transmitir nenhum jogo deles. Avaí e figayrenC não podem proibir pois tem contrato assinado pela transmissão do campeonato. Agora que os clubes se unam para conseguir um valor muito melhor no próximo ano ou não fechem contrato como fizeram Atlético e Coritiba

André Tarnowsky Filho disse...

Jackson Reis,

Sim, tens razão. Porém, o contrato em vigor encerra este ano e seria interessante nossos dirigentes abrirem um pouco suas mentes para o real valor dos nossos clubes.

George disse...

Inclusive tendo por base o que é pago no RS ao Grêmio e Inter, na minha opinião. Abs.

André Tarnowsky Filho disse...

Dr. George,

Por razões que a própria razão desconhece, nossos dirigentes nunca quiseram comprar essa briga com a rede zelotes...

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