HORÁRIO DE JOGO E "A VOZ DO BRASIL", by Roberto Costa
Esse horário esdruxulo de futebol às 7,15 ou 7,30 da noite é bem mais
que uma pedra no meio do caminho do torcedor, Drummond que me perdoe o
uso corriqueiro do verso. Mas são muitas pedras complicando muita gente.
É raro o torcedor que comparece ao estádio sem um radinho
de bolso, pois é peça chave na identificação dos atletas,
principalmente quando um dos times vem de outra praça e os jogadores são
ilustres desconhecidos.
Há também a questão dos idosos, entre os quais me incluo, cuja visão é menos eficaz e o rádio complementa e esclarece.
É
importante quando um lance obscuro ou polêmico acontece no jogo, e os
homens da mídia, de posse das imagens gravadas, esclarecem via rádio o
que realmente acabou de acontecer.
Em resumo, o
rádio de bolso é peça obrigatória no estádio, inclusive porque o bom
narrador através dele consegue contaminar de emoção cada lance do jogo.
Além
de muitos outros complicadores já referidos em razão desse horário de
jogo, há essa questão de competir com o programa "A Voz do Brasil", que
ocupa imperativamente todas as faixas, roubando boa parte da transmissão
do futebol. É confuso e sem graça, ver o jogo sem o auxílio desse
aparelhinho.
Por outro lado, é pura realidade,
que aos acordes de "O Guarani", de Carlos Gomes, anunciando o programa,
os brasileiros, com raras exceções, desligam o rádio. Não vamos
culpá-los por falta de civismo, vamos antes entender-lhes as descrenças.
Flexibilizaram
o horário do programa durante as Olimpíadas e as Paraolimpíadas. As rádios puderam transmitir A Voz do Brasil entre 19 e 22 horas. Está na
hora de flexibilizar para favorecer o jogo da bola, permitir às rádios
que estabeleçam livremente seus horários. Ora, este não é o País do
futebol?
* Roberto Costa é associado do Avaí FC
Seja o primeiro a comentar ;)
Postar um comentário
A MODERAÇÃO DE COMENTÁRIOS FOI ATIVADA. Os comentários passam por um sistema de moderação, ou seja, eles são lidos, antes de serem publicados pelo autor do Blog.