sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

PRA CIMA DELES, by Roberto Costa

Imagino o sacrifício, o contorcionismo espiritual do homem por aquele segundo tempo. Não deve ter sido coisa pouca para ele, em termos de sofrimento, manter aqueles minutos todos de pressão no ataque, a bola longe da sua própria área, que horror, pondo em perigo a meta adversária. Nunca gostou, nunca sentiu-se bem com isso. 

Mas os dois gols saíram e ele conseguiu voltar ao normal nos minutos finais, recuperou seu masoquismo, respirou aliviado, deliciou-se com o recuo posto em prática. "Obrigado, Deus, - deve ter pensado - de novo o adversário faz perigar nossa defesa".

É fácil perceber, estou fazendo graça. Quem respirou um pouco aliviado foi o torcedor Avaiano. Por força da pressão Claudinei ousou um pouco, viu que é possível e que não é pecado jogar além da linha do meio-campo e trouxe alguma alegria à alma da galera tão sofrida e um polpudo prêmio aos cofres do Clube, alívio especial para o gerente Battistotti.

Não foi um grande jogo, foi um jogo pobre em termos de espetáculo. O Juventude confirmou a fase ruim que também vem atravessando, e somente fez algum calor no primeiro tempo porque uma vez mais estava franqueado o campo ao oponente, facilitando o seu acesso à nossa área.

Esperemos que a experiência de atacar tenha contaminado beneficamente o Claudinei e que ele se disponha a praticar outras ousadias nos próximos jogos, assim como a alegria de atacar contaminou o Rômulo e ele voltou a jogar um bom futebol, premiado com a autoria do segundo gol. A alegria de atacar contagiou também o Marquinhos, que fez diferença nos poucos minutos em que esteve em campo, fazendo com categoria o segundo gol.

Luanzinho esteve bem. Kozlinski fez uma defesa importante, mas parece ter medo de contusões, cometeu o pênalti porque não quis jogar-se aos pés do atacante abafando a bola, preferiu derrubá-lo. Gostei da movimentação de Getúlio. Moritz ainda não convenceu, foi um a menos ontem. Judson não comprometeu. Finalmente vi o Guga fazer um grande jogo.

Não podemos dizer que temos um plantel qualificado, mas pode-se perceber que é possível tirar dele um pouco mais que Claudinei vem tirando. Pra isso, assim como ontem, é preciso soltar o time, os espíritos, não respeitar em excesso nenhum adversário, recuperar a alegria de vencer, de vibrar com a conquista de gols, como ontem. Chega de jogar amarrado. Apesar de algumas aparências, é preciso dizer: no estadual, principalmente, não tem time bamba. Pra cima deles! 

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto acima: reprodução da TV

2 Comentários:

Anônimo disse...

Tanto no ano passado, quanto neste, apesar das carências, o plantel supera o treinador.

Olha só o que faz um pouquinho de "ousadia"...imagina se treinasse para tal.

André Tarnowsky Filho disse...

Marcos Antônio Santos,

Pode ser, mas creio que o Avaí fez tudo certinho contra o Juve...

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