CAMPEÃO DE FATO E DE DIREITO, COM SOBRAS, by RC

Ganhou o título estadual quem realmente merecia ganhar. Os números fartamente divulgados do campeonato não deixam dúvidas quanto a isto, mas corremos sério risco de perder a decisão, por conta de algumas teimosias do Geninho. 

Com trinta minutos de jogo Gegê estava em campo e não havia feito uma jogada que prestasse e já poderia ter sido sacado. Geninho o manteve em campo até os trinta do segundo tempo quando o substituiu por Luan Pereira e parece que se assim procedeu foi premido pelo tempo, que se esgotava e era imperativo que fizesse alguma mudança. Luan Pereira entrou e, de imediato, num lampejo, fez o que se pode caracterizar como o lance do jogo, um cruzamento sobre a área da Chape, milimétrico, na cabeça do lateral direito Alex Silva que, não se sabe como, apareceu desmarcado  dentro da área, na posição de meia esquerda, e tocou de cabeça para empatar.

Curiosa e irônica a circunstância em que tomamos o gol, numa tentativa de longe, um chute forte de rara felicidade, mas pareceu-me que Vladimir estava mal colocado. Quem devia tentar os chutes de média e longa distância eram os homens de ataque do Avaí, para explorar a pouca experiência do goleiro da Chape, mas passamos o primeiro tempo todo tentando em vão furar o bloqueio da defesa adversária. Faltou cabeça.

Na única chance de gol que tivemos no primeiro tempo, aquela em que o zagueiro Gum chocou-se com Getúlio e a bola acabou nos pés de João Paulo, acho que este não concluiu com acerto por conta de alguma ansiedade. A trave estava desguarnecida e com um toque sutil, por cobertura, ele poderia ter vencido o goleiro, mas chutou forte por cima, perdendo grande oportunidade de facilitar as coisas.

O presidente da Chape ergueu a voz ontem, dizendo que vai requerer na justiça a anulação do jogo, por conta do mal uso do sistema de VAR. Que se saiba não reclamou da arbitragem do Heber, no primeiro jogo da decisão de 2017, quando expulsou num lance que nem falta aconteceu, o jogador Capa, ainda no primeiro tempo, facilitando as coisas para o seu time.

O treinador da Chape, Ney Franco, de certa forma acusou publicamente pelo microfone de uma das rádios presentes no Estádio, de haver fraude no sistema VAR utilizado no jogo. Segundo Ney Franco, não havia aparelhagem nenhuma.. É uma afirmação grave.

O Avaí fez o primeiro gol a cores do futebol catarinense, depois fez o gol mil e ontem fez o primeiro gol da era VAR, e com polêmica. Esse Avaí faz cosa!

Enfim: Campeão de fato e de direito, com sobras. 

* Roberto Costa, o "RC", é associado do Avaí FC