domingo, 24 de julho de 2011

O passado nos condena - by Alexandre C. Aguiar

Há um movimento por aí pedindo a cabeça do presidente Zunino e chamando a atenção para o que fizeram as diretorias passadas. Uma espécie de saudosismo rastaquera, daqueles bem chinfrins. Há quem queria voltar para a série B, quem ache que na série C é que era bom e assim por diante. Tenho lido alguns dizendo que o estádio encadeirado, moderninho e organizado esfriou a torcida e que preferiam voltar ao velho Adolfo Konder, onde a torcida pegava junto com o time. Eu, particularmente, vejo neste tipo de pensamento uma mediocridade tão grande, que nem sei porque perco tempo e luz para expor tal situação.

Claro que alguns vão logo dizer que isso é pensamento de boca-alugada, por eu ser funcionário da empresa do homem. Então, não poderia ir de encontro à sua administração. Errado, não faço idolatrias a personalidades. Isso é coisa de maricão. Mas, não vou dar mais bola pra isso. Cada um que ache aquilo que quiser. Reivindico é justeza pelas coisas como devem ser feitas.

Lembro-me dos dias em que éramos apenas participantes de um dos campeonatos patrocinados pela CBF. Sabíamos de cor e salteado qual seria nosso futuro. Não tínhamos esperanças! E a nossa imagem era a de singelo esforçado. Naqueles dias, nossos administradores não tinham visão de futuro, apenas passavam por lá, pela Ressacada, para ver como as coisas estavam.

A partir do momento em que começamos a levar essa atividade a sério, houve viradas e reviravoltas. Vícios foram abolidos e virtudes, exacerbadas.

O Avaí cresceu muito nos últimos anos. E o avaiano passou a sentir uma pontada de orgulho e admiração pelo caminho que ia se apresentando. As piadas sutis, que nos comparavam a reles perdedores, deram lugar a uma admiração e reconhecimento. Já não éramos mais uma atração bisonha. Fazíamos alguma diferença no campeonato brasileiro. Tanto nos anos de série B, jogando bons jogos e batendo sempre na trave, quanto no nosso primeiro ano de Brasileirão, fizemos história. E é isso que deve ser resgatado.

Mas a ambição e a cobiça, apanágio de 20 dentre 20 diretorias de clubes brasileiros, nos transformou. O Avaí dos últimos tempos troca de roupa e veste fantasias a cada roncar de barrigas. Uma verdade dita há pouco, vira desmentido logo depois e uma aleivosia no dia seguinte. Estamos nos transformando num clube comum e sem atrativos. Alugamos o barracão do lugar-comum dos demais clubes brasileiros, cuja principal atividade é fazer negócios e deixar o futebol para simples sonhadores. E é isso que precisa mudar.

Retornar ao passado, achar que na pobreza é que era bom é sinal de cérebro curto e mente tacanha. Eu cobro é responsabilidades de quem está á frente do Avaí agora. Eu exijo é carinho e dedicação para com a instituição. Simplesmente tirar um nome e trocar por outro não vai nos adiantar de nada, desde que a mudança venha acompanhada de uma boa dose de atitude.

O Avaí Futebol Clube, o Avaí de Florianópolis e de Santa Catarina, precisa voltar. O Avaí de nossa terra está desaparecendo. É isso que precisamos cobrar. Nomes, personalidades, pessoas, isso tudo passa. O que fica é o Avaí, a única coisa que me importa. 

* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí Futebol Clube e proprietário do blog Força Azurra (http://forcaazurra.blogspot.com/)

2 comentários:

  1. Concordo que a grandeza a que foi elevado o Avaí pelas mãos do Zunino é coisa quwe vai ficar na história. Podemos dizer, utilizando um lugar comum, mas um lugar comum dos mais adequados ao que se vai dizer, que a história do Avaí já pode ser dividida em antes do Zunino e depois do Zunino. Só que a paixão pelo Clube não pode ser algo para ser manifestada ocasionalmente, a paixão pelo clube não pode tirar férias, não descansa nos domingos e feriados, nem é coisa para ser cobrada apenas dos jogadores e da torcida, é algo que tem que estar inserida também e principalmente na medula do seu corpo diretivo, o que parece não esar ocorrendo atualmente. Nosso grande presidente, nestes momentos de sombra, não tem vindo a lume dizer as coisas que a torcida espera ouvir. - Roberto Costa

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  2. ANDRÉ. Em complemento e na perspectiva do meu texto anterior, o que a diretoria não poderia ter feito, é iniciar o estadual daquele jeito, perdendo pontos irresponsavelmente com um time cacareco e continuar no Brasileiro a mesma filososfia, jogando contra o Flamengo com time de reservas. Para o verdaeiro torcedor, se alguém for disputar cuspe em distância, e vestir a camisa azul do nosso Avaí, a vitória será sempre exigida. Diretoria, este é o tom da coisa, o resto é resto. - Roberto Costa.

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