É reza demais, by Alexandre C. Aguiar
O futebol, assim como a maioria dos esportes que mexem com o emocional, depende de causas além da lógica para se manter motivado. Pra começar, há quem reze para deuses para uma bola entrar, ou não entrar. Reza-se para se conquistar um campeonato e se paga a promessa da reza.
As pessoas usam mandingas para determinada conquista, camisas e outras peças de vestiário são usadas para “manter a tradição”. Há imagens de santas nos vestiários e os negovéio se benzem antes de entrar num campo ou numa quadra.
Nelson Rodrigues cunhou a expressão Sobrenatural de Almeida para definir as supostas coisas do além que investem num lance da partida.
Mas quando isso fica no lado da torcida, das histórias do futebol ou mesmo de jogadores de poucos recursos e que buscam no etéreo algo para se firmar, até se compreende.
O problema é um treinador, homem às vezes iletrado, que usa da lógica para colocar um time em campo, preferir o sobrenatural à exatidão mais elementar.
Ora, opinião qualquer um tem, mas a razão se vale de evidências, é comprovada, está na cara. Ela é exata. Um técnico de futebol que “acredita” não pode ter vida longa na carreira, não em praças importantes. Quando muito um trabalhinho aqui ou outro ali.
A escalação de Eduardo Neto no time do Avaí pelo técnico Pingo só pode ser por ordem de algum pai de santo, algum despacho de encruzilhada, uma passagem da Bíblia ou uma lição do Alcorão. Só isso justifica a manutenção desse rapaz no time. Não há outra explicação. Nem cola mais aquela história de empresário que manda escalar. Afinal, quem gostaria de ver “seu produto” desvalorizar a cada jogo?
A continuar assim, Pingo passará a Gota rapidinho. E daí para o ralo é um escorregão.
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