segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A hora do papo reto, by Alexandre C. Aguiar

Mais uma temporada no futebol brasileiro se inicia. E com ela, esperanças pipocam aqui e ali. Em nosso quintal não poderia ser diferente.
Saindo do lugar-comum das programações, expectativas e votos de confiança e entrando na realidade, para um certo clube do Sul da Ilha o momento é de planejamento sério e tomadas de atitudes imediatas. Arregaçar mangas e bater no peito dizendo que agora é com a gente. O encerramento dos erros cometidos deverá ser o ponto principal na mesa de discussões de agora em diante. O papo tem que ser reto!
Volto na mesma tecla da revisão de conceitos, mudança de mentalidade e viradas de costumes, porque, como avaiano, não quero mais ser tripudiado. Preciso ter orgulho do meu clube e da bandeira que hasteio nas ruas e lugares públicos. A minha conduta como torcedor de um time de futebol não pode mais ser motivo de chacota.
Não que agora eu faça terra arrasada intempestiva. Se tem uma coisa que está longe de minha lida diária é ser oportunista. Aparecer agora pra jogar pedras quando a coisa está ruim, e se calar quando tudo vai bem, como é hábito de alguns por aí, não faz parte da minha personalidade. Dou a cara a bater na alegria e na tristeza. Se acreditei num projeto e o defendi incontestavelmente, me sinto tranquilo para fazer as devidas cobranças ao perceber que metas de campanha e pedidos de paciência para dias melhores foram varridos pelo vento dos incapazes.
Não é mais aceitável o que vem acontecendo. Passamos três anos fazendo papel de bobos no Estadual. E dependemos da incompetência dos outros para olhar o sol sem filtros na competição nacional. É pouco para um Avaí que a gente quer grande. Ao menos, que se dê ao respeito.
Ficamos, neste tempo, acreditando no discurso da parcimônia e da sensatez. Aquele pedido de calma e de que teríamos que andar com os pés no chão foi repetido como um mantra monocórdico à exaustão. Não faríamos aventuras e teríamos boas surpresas ao final agindo assim, repetiam. E apoiamos.
Mas o que se viu foram fracassos e barbeiragens. Topadas homéricas e decisões ginasianas. Uma atrás da outra, sem se deixar tomar fôlego. Vergonha e vexames foram apequenando um clube de tradições e glórias. Não vou apontar nomes, porque numa situação assim todo mundo tem a sua parcela de responsabilidade, com maiores ou menores graus, aqui e ali.
Isso acabou! Ou tem que acabar. E não há mais que se lamentar o que aconteceu. O que passou, fica para trás e que sirva de lição. Agora é olhar para o horizonte e objetivar novas conquistas.
Daqui para frente a diretoria avaiana, por obrigação moral e satisfação à sua torcida e à comunidade, deve dar respostas condizentes com a nossa história.
O Avaí tem que disputar o Estadual como protagonista, como sempre o fez. E almejar o acesso à série A com garra e desenvoltura, como está escrito em seu hino.
Qualquer coisa diferente disso é se manter na mesmice e viver na inércia. E o retorno do discurso de coitadinho só faz diminuir a nossa auto-estima.
Não temos dinheiro e estamos cheios de dívidas? Temos muitas dificuldades? Mas, alguém me responda, quem é que está bem no futebol brasileiro? E quem é que chora as pitangas e não assume os desafios? Vamos parar com essa conversa de fracassados. Se for feito um mínimo do que não foi feito, ou feito de maneira errada nos dois últimos anos, chegaremos a algum lugar decente. Ao menos seremos competitivos.
Ou então, se continuarmos a mostrar incapacidade de seguir em frente, a solicitar clemência pelas dívidas, a buscar desculpas pelas burradas, a dar vexame e a pedir calma e paciência para realizar os trabalhos necessários e imprescindíveis, que se faça como fez o Atlético de Ibirama: peça licença, feche as porta e dê lugar para o mais competentes e corajosos.
O Avaí é um Leão que ruge alto. Lugar de bocas-moles é no ralo da história.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC e proprietário do blog Força Azurra

4 Comentários:

Roberto disse...

Falaste bem, Aguiar, assino embaixo. Só não acredito é que essas palavras calem fundo nas mentes que respondem pelo Clube. - RC

Alexandre Carlos Aguiar disse...

Eu também já perdi as esperanças, Roberto. Mas, a gente tem que dizer, não dá pra calar.

André Tarnowsky Filho disse...

Aguiar,

E com um detalhe: não ouvem porque não querem...

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