Gota d'água!

Li uma declaração do presidente do Avaí, João Nilson Zunino, de que ele não teria gostado da manifestação pública feita por Luiz Alberto de Oliveira, da LA Sports, parceiro do Avaí.

O presidente tem razão. Esse tipo de situação poderia ter sido discutida “interna corpore”, sem os holofotes e longe da intriga da mídia, que não perde oportunidade para agitar o ambiente no Avaí...

Porém, paciência também tem limites, e não é de agora que Luiz Alberto esgotou a que tinha. O Avaí começou mal o ano de 2010, digo, mal fora das quatro linhas. Não voltarei a questão dos preços de ingressos e mensalidades. Apenas gostaria de ver os responsáveis por esse acidente devidamente chamados na responsabilidade...

Mas, estava dizendo, começamos mal o ano de 2010, e isso tudo teve início com a vinda de Sávio. Não que o jogador seja o responsável pela queda de rendimento do Avaí, mas começou ali. O “anjo louro da Gávea” nunca foi uma unanimidade entre os dirigentes avaianos. Foi uma aposta de Zunino.

Além disso, após a chegada de Sávio, concretizou-se a vinda de seu procurador como o homem do marketing do Avaí, João Henrique Areias.

Luiz Alberto teve que engolir em seco duas buchas indigestas: Sávio e um deslocamento maior de recursos para o marketing, em detrimento ao departamento de futebol.

Essa situação veio se arrastando durante todo o ano, agravando-se na medida que Sávio virou titular do departamento médico, com o maior salário do clube. Por outro lado, o marketing, responsável direto pela extinção da biblioteca “Nereu do Vale Pereira”, mal conseguia arrumar um patrocinador máster...

Ânimos serenados, bicampeonato catarinense na prateleira, começou o Campeonato Brasileiro e a medida ousada de Avaí, em querer andar com as próprias pernas, principalmente no que concerne às categorias de base. Agora o problema chamava-se Fábio Araújo Barroso, que chegou para ser o gestor das categorias de base, de quem o LA não quer nem ouvir falar...

Some-se à chegada do carioca Maguila, apelido do gestor da base, a contratação do obeso atacante Alisson, de 34 anos, por um período de experiência. Além de Alisson, trouxeram Vitor Hugo, ambos sem o aval do parceiro LA...

Coincidentemente ou não, Alison e Vitor Hugo foram dispensados por deficiência técnica. No meu entendimento, Alisson nem deveria ter entrado na Ressacada. Seu porte físico serve mais para segurança de bordel...

Ocorre que, passados algumas semanas, recontrataram Vitor Hugo para disputar o tal campeonato Sub-23, outra vez sem o aval do LA, que preferia apostar em alguém mais novo, da própria categoria de base do Leão.

Ou seja, Luiz Alberto começou a perceber que o Leão já começa a dar seus passos sozinhos, ainda que cambaleando feito um bebum, enquanto ele, sem contrato e sem garantias, recebia uma proposta de três anos de parceria com o Coritiba, não aceita em função de seu acordo e consideração para com o presidente avaiano.

Tal qual um relacionamento a dois, a relação de parceria do Avaí com a LA Sports, deve preservar os interesses do Leão, em que pese todos estarem ali para fazer bons negócios, até porque, sem que eles aconteçam, não há como se manter uma estrutura que cresce a cada ano.

Desde de 2007 no Avaí, o período da LA até aqui, foi de extremo êxito para o Leão. Bom que continue assim. Melhor ainda, se as conversas internas, entre diretoria e parceiro, prevaleçam em relação às atitudes isoladas.

Afinal, o Avaí de hoje, que olha para o horizonte com altivez, já não pode abrigar veteranos preocupados com marketing, nem obesos baladeiros...

Foto: Rubens Flores