Somos burros apaixonados
É muito fácil montar um time de futebol. Juntar um grupo de bons jogadores dispostos a competir em algum campeonato, dar-lhes uma condição básica para a subsistência, como água, comida, uns trocadinhos para o pão, linguiça e a cerveja, mais uns caraminguás para os uniformes, bola, saco para o gelo, ataduras, Gelol, enfim, o limite do limite para manter esse time acesso e atilado não é tão difícil. Faz-se uma vaquinha, corre-se uma rifinha de um ventilador Wallita e bola pra frente.
É o que ocorre na imensa maioria dos times de várzea por aí. Digo isso por experiência própria, já participei disso. Um grupo assim é capaz de ir muito, muito longe, disputando torneios e acumulando troféus. Alguns anos depois, ganhando e perdendo, mas se mantendo vivo, a história desse time faz com que se juntem de simpatizantes a entusiastas, até aficionados pelas cores ao seu jeito de jogar. Tornam-se torcedores, aquela categoria de humanos que, ao chegar ao campinho ou mesmo ao estádio para acompanhar a desenvoltura de sua nova paixão, perde a razão e o raciocínio.
A história do Avaí Futebol Clube é exatamente assim. Começou assim. Do "seo" Horn até o carismático Eduardo, o filhinho do Alessandro que estampa as páginas dos blogueiros, passando pelos que já se foram e os que ainda perambulam pela Ressacada, todos aqueles que um dia foram picados pela mosca azul e branca, são burros apaixonados pelo Avaí.
Somos os azurras do André Tarnowiski, os avaixonados do Gerson, os nobres do Seu Cunha, os chuleteiros do Ronaldo e do Couto, os que dão a vida pelo Avaí, como Felipe, Totô e Anthony, os resistentes como o Bruno, os que põem de canhota como o Guto, os que dão uma força não tão jovem lá no Cerrado. Somos os leões do Vale, a virada do Anderson, do Feijaum, e do Lucas, as pitacadas do Mauro e do Marcelo. Somos os que tem DNA azul como a Kátia, os que fixam na retina as imagens do Leão como o Botelho. Somos os que levam na graça como o Mausé. Somos os inticadores, como o Adriano Assis, os que tem compromisso com o Leão, como era o "seo" Tullo, e seu filho, o Rogério, a experiência do Esteves.
Somos a imensa - e burra - nação de apaixonados pelo Avaí. Somos os que choram, os que riem, os que aplaudem, os que vaiam, os que se calam e os que berram. Somos exigentes e complacentes, analistas e corneteiros, bobões e intelectuais, amáveis e irritados. Bebemos cerveja ou Coca-cola, comemos carnes ou saladas, mas nos alimentamos de uma paixão que energiza a alma, a paixão pelas cores azuis e brancas.
Esqueci de alguém? Claro, pois há muita e muita gente nessa torcida de verdadeiros avaianos. Ilustres e comuns, mas conduzidos pela mesma paixão.
Por favor, que ninguém queira medir paixão com razão. E nem imponha condições para ser um torcedor avaiano. Torcer pelo Avaí é o que nos basta.
PS.: Foto-montagem de Gerson dos Santos, do blog Avaixonados, texto de Alexandre Carlos Aguiar, do blog Força Azurra.
4 Comentários:
André, fiz este comentário no blog do Alexandre mas a porra do servidor não aceitou a senha. Grande Alexandre ou Alexandre, o grande, tanto faz. Belo texto. Mas entre os verdadeiros avaianos incluo, sem medo de errar e sem "procuração" para isso, o nosso presidente Zunino. Acontece que nas horas mais negras o que aparece de "eu já sabia" e salvador da pátria é uma grandeza. Nesse momento está tudo errado, nada presta, ô gentinha difícil! Mas por estar sempre do lado do Avaí não podemos ser chamados de burros, não. Somos, como bem o disseste, uma nação de apaixonados chova ou faça sol.
Mausé!
Em momento algum estamos duvidando da idoneidade ou da avaianidade do presidente João Nilson Zunino.
Ocorre que, infelizmente, ele fez um discurso "meio torto", utilizando-se de uma expressão, "verdadeiros avaianos", para qualificar apenas aqueles que estavam no jantar comemorativo.
O grande problema do Zunino, hoje, é a falta de uma assessoria mais competente. Atualmente só agregou "aspones" ao seu lado, que vivem dizendo "amém", além de lhe omitirem fatos graves dentro do Avaí.
No mais, é como colocaste: tem muitos "salvadores"...
Abraços!
André Tarnowsky Filho
Grande Mausé, e eu, mais do que ninguém sei da "avaianidade" do Dr. Zunino. Acompanhei de pertinho toda a caminhada dele à frente do Avaí, desde o primeiro dia, desde quando as vacas anoréxicas pastavam na Ressacada. E sei o quanto ele sofre com tudo isso, por todos os motivos imagináveis e inimagináveis.
Hoje estamos ruins? De jeito algum. Eu diria que a relação desse casamento está é estremecida e precisa de uma "discussão da relação". Nada como um revisão de algumas coisas. É como disse o André: ele se acercou de meia dúzia de bobalhões que, em sua bondade, ele imagina que são amigos.
Alexandre!
Nem vou me alongar nessa conversa: é exatamente isso!
Abraços!
André Tarnowsky Filho
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