quinta-feira, 9 de junho de 2011

Avance o sinal - by Alexandre Carlos Aguiar

Esta semana foi pesada demais. Depois da derrota no último domingo frente ao Atlético Mineiro, saída aos trancos e barrancos do sujeito que se achava treinador, de melindres e desleixos de conselheiros, constatamos o quanto nossas deficiências podem sacramentar nossa queda. E não apenas uma queda numa classificação de campeonato, mudando de divisão, mas uma queda de projetos, de postura, de objetivos, de paradigmas. Prejuízos que piscam no horizonte.

A rejeição intensa ao novo técnico tem a sua razão, uma vez que já fomos pegados pelo pé pelas iniciativas partidas de dentro da Ressacada. Refletem a falta de diálogo para com a torcida.
A inhaca que não acaba


Alguns poderão não concordar com a minha afirmação, e faz parte do bom debate haver divergências, desde que sem insultos, mas tínhamos tudo pra dar certo.


Temos uma história maravilhosa de jornadas épicas, uma torcida assombrosamente fanática, um belo estádio e pessoas abnegadas trabalhando em prol do clube, ainda que com atitudes infelizes. E porque certas coisas cismam em dar errado?

Por que as vaidades e incompetências teimam em rondar um clube como o nosso, que transita entre o profissionalismo de primeiro mundo e o amadorismo de favela (sem preconceitos!). Somos, ao mesmo tempo, príncipes e plebeus, no que tange a administração do clube. Sofremos do mal de novos ricos, aquele sujeito que ganha uma bolada na mega-sena e sai comprando caviar e salmão defumado, cujo resultado é um dia sentado no trono.

O apoio necessário


Por isso a necessidade de recomeçar o apoio. Não somos inimigos do Avaí, ao contrário, somos seus torcedores. E parece que muita gente já esqueceu, com ou sem razão, dessa coisinha simples: ser torcedor. E parte dessa “muita gente” está também dentro dos escritórios refrigerados da Ressacada, é bom que se diga.


Eu quero um Avaí forte, eu quero um Avaí dinâmico, eu quero um Avaí competitivo. E por isso bato e critico, mas também assopro. Ora, bolas, é o meu clube. Sou sócio dele. Dedico boa parte de minha vida lambendo suas feridas ou festejando suas conquistas. É meu dever torcer tanto quanto exigir, na mesma intensidade.


O torcedor avaiano se tornou um eterno ressabiado, é bem verdade. Olha de lado para cada novo ato da administração do clube. Suspeita até de presentes e brindes que forem dados por alguém da diretoria. Às vezes é bom ser exigente, pois a crítica dá polimento no metal frio dos governos e administrações. Porém, em certos momentos, é necessária a ternura. Uma vez até pedi a um amigo, que é muito crítico, que desarmasse o coração. Claro que ele entendeu e abriu um sorriso.

Esperanças

Vamos torcer e acreditar que agora vai dar certo. Tem que dar.

Porque, se nada disso funcionar, a nossa torcida e o pensamento positivo, no final da temporada vamos todos lamentar juntos, os vaidosos, os lambe-botas, os incompetentes, os fanáticos, os críticos, os corneteiros e a imensa e maior torcida deste Estado.

Ah, quer dizer que agora as coisas vão funcionar e vamos propagar um pacto e um perdão cristão? Claro que não, nada disso. Sou refratário a estas bengalas existenciais. Mas, como torcedor, espero que as coisas finalmente comecem a dar certo. Até porque não há mais saída pra gente. Ou a gente começa a acreditar que alguma coisa vai começar a engrenar, ou nem precisamos mais ir ao estádio.

* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí Futebol Clube e proprietário do blog Força Azurra (http://forcaazurra.blogspot.com/)

7 Comentários:

Serjao disse...

Aguiar seu texto é emocionante e tenta nos fazer voltar a acreditar. A entrega de bandeja do Tri, a vergonha do Brasileirao e o vexame da eliminaçao da CB ja seriam motivos para estarmos abalados emocionalmente. "Sofremos do mal de novos ricos, aquele sujeito que ganha uma bolada na mega-sena e sai comprando caviar e salmão defumado, cujo resultado é um dia sentado no trono." Igual à pobre que adora fazer sexo mais não assumir o resultado desse ato. O Avaí adora fazer dividas e abrigar encostados, mas quem paga a conta somos nos verdadeiros Avaianos. Depois de um tempo o novo rico passa, a saber, que sua atitude é desastrosa e evita o que lhe causou dissabor. No Avaí o problema é que nada muda, os caras continuam la, a turma do CBD tende a aumentar, pior com reservas de reserva. As ações para sair dessa M e outra diarréia mental. Assim assusta. Será tão difícil contratar um tecnico que no mínimo conheça nossos jogadores? A empáfia não nos permite contratar jogadores de clubes Catarinenses? . Não, não falo daqueles eles eleitos como melhores por eles, esses ninguém os quer. Mas porque não tentar um Rodolfo, um Pirão... um Mica? Será que esses reservas que estão chegando são melhores dos que possuímos? Tudo bem, que jogar em time pequeno ou intermediário é uma coisa, mas porque não apostar em quem tem potencial e esta dentro da realidade salarial do clube ? Quem ganha quando trazem quem já não deu certo em outros clubes? Cansei de ser massa de manobra. Devo continuar colaborando financeiramente com o Avaí e aguardando que apareça alguém que não use o Avaí para seus interesses pessoais e de sua família e amigos, e sim em prol do Avaí. Mas voltar ao estádio para assistir palhaçada, prefiro os palhaços de circo. No mínimo são mais engraçados. To muito estressado para pagar mensalidades em dia e me digladiar com alguns aventureiros que estejam sentados em minha cadeira pagando 1% do que pago e servindo de massa de manobra dessa diretoria incompetente.

Anônimo disse...

Serjão, eu também estou revoltado/decepcionado com os acontecimentos, porém, não vou deixar de ir o estádio, jamais. Mesmo achando errado essas promoções, que só trazem aquele torcedor de pijama, eu como sócio, nunca ganhei um desconto, uma promoção... Mas, como disse, acredito no Avaí, e não vou deixar de apoiar.

André Tarnowsky Filho disse...

Serjão!

Faz parte do "espetáculo". Essa receita de fazermos um time "caseiro", já havia sido cantada pelo Aguiar em outro texto.

Bom que pessoas como tu cheguem nessa conclusão e lamentável que nossos dirigentes continuem apostando em "apostas" vindas de fora...

André Tarnowsky Filho disse...

Dinho!

Mas é exatamente essa a diferença primordial de nós para com os outros torcedores: apoio incondicional.

Quem é associado, quem está em todos os jogos, pode e deve sugerir eventuais mudanças.

Melhor seria se adotassem esses valores de forma permanente.

Anônimo disse...

Amigos, não ir à Ressacada não significa não dar apoio incondicional... estão confundindo alhos com bugalhos!
Eu busco apoiar o AVAÍ todos os dias, a todos os momentos e em qualquer lugar. Não preciso ir pra Ressacada pra isso.
Ir à Ressacada deve ser uma opção e não uma obrigação!
Quem tem obrigação nesta história é o clube para conosco!


GiSevero

Serjao disse...

Tudo esta armado para queda. So não me venham falar em conspiraçao e sim incompentencia e falta de respeito ao torcedor. Ja estou me preparando para queda Avaiana. Que esse fim do ano chegue bem rapido. No final vou rir muito desses encostados que vao ter que procurar outra freguesia e essa turma que so pensa em dinheiro.

Serjao disse...

Gi... depois de muitas besteiras Avaianas e açoes nada condizentes com meu pensamento, estou preferindo contribuir com a instituiçao Avai FC de varias forma, inclusive financeiramente, mas sem blindar incompetentes e nem servir de massa de manobras. - De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)
Meu lema de vida.
Contento com pouco, mas desejo muito - Cervante

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