A carne está apodrecendo - by Alexandre C. Aguiar
Sem sombras de dúvidas, estes últimos meses estão sendo dos mais terríveis para os avaianos. Vemos velhos castelos, antes sólidos, ruírem. Talvez fossem mesmo castelos de areia e bastou a tsunami para levar tudo água abaixo. A pergunta que tenho feito continuamente é: fomos enganados ou nos deixamos enganar? Bebemos em alguma fonte mágica, que nos velou os olhos? A fonte secou?
Sinceramente, duvido, mesmo, que em algum momento futuro conseguiremos superar tantos desaforos pelos quais passamos hoje. O fim é negro e o horizonte traz tempestades. Não é possível admitir que o Avaí Futebol Clube tenha se transformado num imenso supermercado de jogadores, para onde vêm mercadorias novas e outras são vendidas, já com rótulos corroídos e qualidade duvidosa, a preço de banana. E isso, para frente, não se resolve apenas com uma simples troca de cabeças. Requer soluções mais profundas.
Dirigentes que antes davam a vida pelo Avaí, agora viram-nos as costas. Fazem-se ouvidos de mercadores tal e qual. Jogadores que outrora vertiam o sangue pelas nossas cores mostram-se medíocres mercenários, uns Zé ruelas da bola. Vivemos uma temporada tão horrível, que já não nos indignamos mais. A sólida massa crítica que havia se formado nas imediações da Ressacada, agora faz escárnio de nossa própria situação. E aí jogadores são ora aclamados, ora esconjurados, sem fundamentarmos nossas idolatrias.
Eu, de minha parte, já não tenho tesão para continuar escrevendo sobre a mesma pantomima e as mesmas patetices. Cansei. E aos poucos os avaianos vão abandonando a serenata melodiosa e cantando um tango velho, uma canção de lamento e comoção, que também já encheu.
Muito já foi comentado sobre as mesmas coisas, os mesmos desmandos toscos e incríveis. Seria tentar apagar fogo com querosene ficar relembrando as sandices patrocinadas por um planejamento tacanho e infeliz realizado na Ressacada. Estamos expondo uma carne pútrida e fétida a cada dia, que nos nauseia o bom senso.
Talvez um pequeno ponto positivo, uma zona de conforto, de toda a hecatombe que se abateu nos Carianos, seja a constatação de que para toda crise surge uma oportunidade de mudança. É a dialética da natureza. E as mudanças incisivas e profundas vão e devem acontecer. Só não se sabe quando, como e com quanto sangue ainda será necessário verter do torcedor avaiano.
4 Comentários:
Aguiar, ja conversamos sobre isso, o atual Avai esta afastando seu torcedor. Quando cair a ficha, trazer de volta nao vai ser facil, nesse ritmo no final do ano a divida vai ser grande. Quem vai pagar a conta dessas irresponsabilidade? Esses quase trinta componentes da diretoria?
Pelo fedor já tá podre, meu amigo...
GiS
E se não fosse apenas isso, Serjão?
Será que o desfecho da nossa crise vai reforçar a teoria de que a história se repete, e veremos também um Tombense qualquer no fim do túnel? Alguém acha absurda a idéia? Será impossível, que haja quem aposte na fórmula do "quanto pior melhor"? Infelizmente, o interesse financeiro, que ao que tudo indica predomina na Ressacada, não se rende a paixão, a amor, a cor, a tradição, essas coisas todas que mantiveram e fizeram a glória de tantos clubes ao longo dos anos. Quando o absurdo começa a impor-se e a colidir com o bom senso do torcedor, é porque o foco deste,- que sempre é o bem do Clube - não bate com o de quem dirige. O Avaí parece estar passando mesmo por um processo de mutação, um processo temerário, quem sabe de consolidação ainda maior do caráter mercenário de seus dirigentes. Teremos, em 2012, jogadores "comprados" pelo Três Coquinhos, e depois, em retorno, emprestados ao Avaí? Quem viver, verá.
Aconteça o que acontecer, o próximo ano será trepidante, não percam. - Roberto Costa
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