quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pensando no futuro - by Alexandre C. Aguiar

Eu não sou daqueles que vive babando pelas personalidades. Faço jus às suas competências, mas quem amo mesmo são minha mulher e meus filhos. Portanto, no âmbito do futebol, onde permeia a bipolaridade, execrar um jogador ou treinador, hoje, e aplaudi-lo desbragadamente amanhã não é comigo. Uma coisa é ter admiração pela carreira profissional de alguém. Outra coisa é aquela reverência peculiar que distorce o raciocínio e esfola as mãos. Eu prefiro a primeira opção.

Por isso, não vou tecer comentários à atitude de Rafael Coelho em se omitir do clássico. Ele sabe, mais do que ninguém, que apenas quem pune é a bola. Também não vou levantar impropérios ao novo técnico do Avaí antes de seu primeiro ato. Conversas com Neguinhos e Branquinhos e carreira de currículo pouco atrativo não são atestado de incapacidade. Se ganhar o clássico, será endeusado. Se perder, é o mais do mesmo e a vida bandida do Avaí segue. No reino da mediocridade às vezes temos que passar também por medíocres para não atestar a mediocridade dos outros.

Precisamos é entender o momento do Avaí, que foi trazido até aqui por puro descaso. Claro que nessa altura do campeonato tanto o jogado, quanto o da nossa vida, investir numa aposta (sim, o Toninho Cecílio é uma aposta, que isso fique bem claro!) é sinal inequívoco de que se está pensando no futuro. Nosso passado de glórias ninguém nos tira e nosso presente é um pesadelo de onde não conseguimos acordar. Portanto, é olhar pra frente.

Se encerraram as cotas de bobagens. É, isso mesmo! A diretoria avaiana, depois de tantas voltas, com GPS sem bateria e com a bússola quebrada, percebeu que, se fez tudo errado, então o negócio é investir no futuro. Ao cair para a série B, deverá ter porte amadurecido o suficiente para reconhecer o erro que o levou até ali, e se municiar de força e saúde para voltar brevemente. Se o novo técnico emplacar, ainda que não consiga nos tirar do atoleiro, deverá se manter na montagem de um novo time.

Constatamos as deficiências, condenamos, xingamos e nos aborrecemos pela ineficácia em corrigir a rota, mas é bom entender que o futebol tem disso, dessas coisas terríveis que são os rebaixamentos e as glórias do acesso.

A única coisa que deve ficar de lição, para uma correção de rota no futuro, é que time sem torcida não anda. Empaca, patina, se arrasta. Esse deve ser o pensamento para a próxima temporada, independente de qual série estejamos, ou seja, trazer de volta a torcida do Avaí para a Ressacada. Se, num primeiro momento, isso for corrigido levando-se em conta a sensatez característica do futebol, voltaremos a nos orgulhar de nosso clube. Se não, as séries mais baixas do campeonato nos aguardam.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí Futebol Clube e proprietário do Blog Força Azurra

3 Comentários:

Carmen Fuhrmann disse...

Aguiar mô quirido!

Não me canso de ler e reler teus textos. Sábios são os que se tornam torcedores "decisivos". Prova disso? O Inter ontem conquistando o BI da Recopa. Um time cheio de problemas, dentro do campo e fora dele, mesmo assim, a torcida não deixou de apoiar e o resultado veio.

Nós acreditamos, independente do que a diretoria faça com o clube. seja na A - B - ou C, afinal estamos com o Leão em qualquer situação.

Beijos aos dois (Aguiar e André)

Anônimo disse...

Também não comento nada sobre o novo técnico, vamos deixar o cara trabalhar. Sobre a volta da grande massa Avaiana aos estádios, é culpa do péssimo planejamento, que vem desde 2010.

Serjao disse...

Precisamos no momento é que os jogadores Avaianos começe a jogar e especialmente tenha vontade de ganhar.

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