Corrigindo o previsível - by Alexandre C. Aguiar
Está-se
programando para Sábado uma apoteótica mobilização da torcida, com
vistas a levantar o astral dos jogadores e mostrar que a torcida avaiana
é fiel e parceira. Mais parceira do que muito dirigente, que na hora do
pau corre pra debaixo das saias da mamãe e deixa o barco à deriva.
A torcida, não, pois mesmo tendo sido
enxotada, estará lá, apoiando, assistindo, dando motivos para que se
respeite o Avaí a todo momento. E é isso que me dá garantias de que não
vamos cair. Outras torcidinhas por aí já teriam decretado público zero. E
se fôssemos depender de alguns frouxos que se dizem realistas, já
estaríamos no mesmo caminho.
Todavia, numa análise mais fria, estamos
fazendo a velha receita da pílula contra a sede: tomar um comprimido com
meio litro de água.
Jogadores dizendo que não vão desanimar e
torcedores se mobilizando para um incentivo é tudo o que se quer... no
começo do campeonato. É lá, nos instantes iniciais, nas primeiras
partidas, que começa a vida de um time de futebol numa temporada.
Estamos atrasados. Nosso destino é pagar os juros da conta que foi
deixada de lado, esquecida na gaveta. Nosso sucesso será o de apagar o
incêndio do fósforo aceso na gasolina.
Será que o que leva torcedor ao estádio é a
campanha boa? Ou o desespero? Nada disso, o que faz tal coisa acontecer
é a fidelidade. Trabalhe-se isso, arranje-se uma forma de explorar essa
fidelidade em prol do clube e o Avaí torna-se campeão nacional. Não
estou exagerando e nem sonhando acordado. Muitos não puderam mudar isso
em benefício do clube quando deviam, porque não quiseram mudar quando
podiam. É a lógica do fazer errado para corrigir depois e se assegurar,
honrosamente, de que este era o caminho mais adequado.
Não vou dizer bem feito. Não serei
mesquinho a esse ponto. Não vou usar o lugar-comum do eu já sabia. Mas
não posso negar que um sorrisinho cínico no canto da boca é impossível
conter.
Ao final, temos que ter serenidade para aceitar o que não pode ser mudado e coragem para mudar o que precisa mudar, desde que a torcida esteja junto.
O futebol é uma dureza? Claro que é, principalmente para quem é surdo.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí Futebol Clube e proprietário do blog Força Azurra (http://forcaazurra.blogspot.com/)
2 Comentários:
O futebol é uma dureza? Claro que é, principalmente para quem é surdo. Perfeita síntese de meu pensamento. Assim como o Avai demorou para acordar, vai demorar para torcida voltar.
O Alexandre foi muito feliz ao apontar... "um incentivo é tudo o que se quer... no começo do campeonato. É lá, nos instantes iniciais, nas primeiras partidas, que começa a vida de um time de futebol numa temporada. Estamos atrasados."
Se não me engano, começamos o campeonato com um time misto jogando fora contra o FLA. Depois perdemos para o GALO em casa... com ingresso a R$100,00.
Mas bola pra frente.
Já vi elencos e técnicos muito, mas muito piores que este e a torcida do Avaí literalmente levou nas costas.
Com a torcida, acredito na reação e quero ver a cara de taxo da RBS (Globoesporte) que até tocou marcha fúnebre para o Avaí...
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