quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Corrigindo o previsível - by Alexandre C. Aguiar

Está-se programando para Sábado uma apoteótica mobilização da torcida, com vistas a levantar o astral dos jogadores e mostrar que a torcida avaiana é fiel e parceira. Mais parceira do que muito dirigente, que na hora do pau corre pra debaixo das saias da mamãe e deixa o barco à deriva. 

A torcida, não, pois mesmo tendo sido enxotada, estará lá, apoiando, assistindo, dando motivos para que se respeite o Avaí a todo momento. E é isso que me dá garantias de que não vamos cair. Outras torcidinhas por aí já teriam decretado público zero. E se fôssemos depender de alguns frouxos que se dizem realistas, já estaríamos no mesmo caminho.

Todavia, numa análise mais fria, estamos fazendo a velha receita da pílula contra a sede: tomar um comprimido com meio litro de água.

Jogadores dizendo que não vão desanimar e torcedores se mobilizando para um incentivo é tudo o que se quer... no começo do campeonato. É lá, nos instantes iniciais, nas primeiras partidas, que começa a vida de um time de futebol numa temporada. Estamos atrasados. Nosso destino é pagar os juros da conta que foi deixada de lado, esquecida na gaveta. Nosso sucesso será o de apagar o incêndio do fósforo aceso na gasolina.

Será que o que leva torcedor ao estádio é a campanha boa? Ou o desespero? Nada disso, o que faz tal coisa acontecer é a fidelidade. Trabalhe-se isso, arranje-se uma forma de explorar essa fidelidade em prol do clube e o Avaí torna-se campeão nacional. Não estou exagerando e nem sonhando acordado. Muitos não puderam mudar isso em benefício do clube quando deviam, porque não quiseram mudar quando podiam. É a lógica do fazer errado para corrigir depois e se assegurar, honrosamente, de que este era o caminho mais adequado.

Não vou dizer bem feito. Não serei mesquinho a esse ponto. Não vou usar o lugar-comum do eu já sabia. Mas não posso negar que um sorrisinho cínico no canto da boca é impossível conter.

Ao final, temos que ter serenidade para aceitar o que não pode ser mudado e coragem para mudar o que precisa mudar, desde que a torcida esteja junto.

O futebol é uma dureza? Claro que é, principalmente para quem é surdo.

* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí Futebol Clube e proprietário do blog Força Azurra (http://forcaazurra.blogspot.com/)

2 Comentários:

Serjao disse...

O futebol é uma dureza? Claro que é, principalmente para quem é surdo. Perfeita síntese de meu pensamento. Assim como o Avai demorou para acordar, vai demorar para torcida voltar.

JulioAzzurra disse...

O Alexandre foi muito feliz ao apontar... "um incentivo é tudo o que se quer... no começo do campeonato. É lá, nos instantes iniciais, nas primeiras partidas, que começa a vida de um time de futebol numa temporada. Estamos atrasados."

Se não me engano, começamos o campeonato com um time misto jogando fora contra o FLA. Depois perdemos para o GALO em casa... com ingresso a R$100,00.

Mas bola pra frente.

Já vi elencos e técnicos muito, mas muito piores que este e a torcida do Avaí literalmente levou nas costas.
Com a torcida, acredito na reação e quero ver a cara de taxo da RBS (Globoesporte) que até tocou marcha fúnebre para o Avaí...

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