A Ressacada é nossa - by Alexandre C. Aguiar
Os dias de jogos na Ressacada são especiais. A
gente se prepara desde cedo, arruma a roupa que vai usar, a bandeira,
lava o carro, convida um ou outro para ir e se manda para o estádio.
É o dia em que encontramos os amigos, pais
levam os filhos, maridos e esposas se abraçam, irmãos se confraternizam.
Fazemos novas amizades e preservamos as antigas. Todas as pessoas de bem,
que vão aos jogos do Avaí, têm apenas um objetivo: torcer para o Leão
da Ilha. E ser felizes. O que acontece além disso é papo para
elucubrações sem fim.
Quando vou aos jogos costumo levar o meu
filho, João Vitor, um guri que entende bastante de futebol. Vou até o
local onde meus amigos se encontram e os cumprimento, como é normal
entre seres humanos decentes, trocando as idéias habituais sobre o time,
sobre as ações da diretoria, sobre a torcida e sobre a vida como um
todo. Encontrar-se na Ressacada é preservar um pouco de nossa existência
comum. Muita gente nos conhece e sabe quem somos, pois não nos
escondemos.
Tenho especial consideração por todos os
amigos e conhecidos que encontro por lá, mas principalmente pelo meu
amigo André Tarnowsky, uma figura admirável e um amigo para toda hora.
Nossa amizade não é por interesses, é sincera e honesta. É claro, como
em todo lugar, alguns infelizes não compreendem isso. Confundem uma
amizade sólida com uma troca de favores. Não sei se por ciúmes, vaidades
reprimidas ou frustração, sei lá. Geralmente essa percepção parte de
quem sequer aparece no estádio e vive atrás de promoções para assistir
ao Avaí que dizem amar. O constante uso de PPV embotou estes cérebros,
que já não eram, assim, algo muito bom. E quando voltam ao estádio por
causa de preços promocionais sentem-se perdidos, um tanto alucinados, e
soltam besteiras sem que ninguém entenda o significado.
Normalmente é o tipo de gente que baba os ovos para administrações de fundo de quintal.
A Ressacada, com seus fiéis torcedores é
uma festa. Quiseram impedir isso, impondo preços europeus sem noção,
como se aqui morassem magnatas e CEOs de multinacionais. Errado! Em
Florianópolis mora gente que gosta de futebol, adora uma conversa
saboreando um peixinho ao pé de uma cervejinha, e que mantém amizades
desinteressadas. Precisamos, de novo, ter esse povo de volta ao estádio.
A Ressacada é nossa, é do povo de
Florianópolis, é do povo avaiano. Que sofre ou se alegra com o seu time e
o seu clube, que não faz drama por causa da costura da camisa e nem se
incomoda com o leite em caixinha. Que se diverte no entorno do estádio e
não falta com respeito aos semelhantes. Que comete o único abuso de
manter as amizades. A Ressacada é o lugar para essa gente se divertir,
sem neuroses, preconceitos ou intimidações.
E que quer, acima de tudo, torcer para o Avaí. Apenas isso.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí Futebol Clube, proprietário do blog Força Azurra, e meu amigo, para dor de cotovelo de alguns...
Na foto do último domingo, que retrata muito do que está escrito, Serjão Prazeres Jr (Sérgio Nativo), João Vitor, o próprio Aguiar, Paulinho (Eu também vou falar) e Carmen Furhmann (O meu Avaí).
6 Comentários:
André essa o nosso amigo matou a pau.
Só que ele tem que deixar de ser BA e avisar pro Zunino.
É verdade, Serjão!
O homi tá afiado...
Wilson, a quem estás de te referindo?
Se for em relação ao Aguiar, creio que, além de estares redondamente enganado, deverias ler os textos escritos por ele com mais atenção.
BA (creio ser Boca Alugada...) é uma turma de pseudos torcedores, que frequentam a Ressacada através de algumas bajulações ou promoções.
No nosso caso, eu, Aguiar, Serjão e tantos outros, torcemos e somos associados ao clube...
Wilson, vai mijar pra dormir, vai. hehehe
Foi muito bom estar entre pessoas tão especiais. Aguiar, Serjão, André, Paulinho e o João. Daqui a pouco estaremos lá novamente.
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