A caminho do “faz de conta”, by Alexandre C. Aguiar

Este blogueiro aqui define-se como independente. E às vezes incomoda algumas cabecinhas iluminadas exatamente por isso, por não adotar uma faixa-padrão. Há quem diga que sou chapa-branca por apoiar a direção avaiana e também há quem pense que posso ser demitido da empresa onde trabalho exatamente por levantar algumas críticas necessárias e óbvias à direção avaiana. Porém, eu sou é sincero e talvez seja isso que cause espanto.

A minha bronca, agora, é contra a condução do documento assinado por sócios-torcedores, conselheiros e até alguns ex-dirigentes, elaborado pelo meu amigo André Tarnowsky e entregue com os devidos registros legais na última reunião do Conselho Deliberativo do Avaí para as devidas providências.

Pois eis que, segundo nos foi comunicado, a tal condução, que seria prestar esclarecimentos a respeito da atual situação do Avaí, está parada. Não foi encaminhada, segundo se sabe, a quem interessava, e permanece num vácuo.

Nesse meio tempo, algumas sombras que circundam a Ressacada, aquelas que vivem à espreita e servem de porta-vozes do amadorismo passado, ainda acusam o André de ser conivente. No mínimo, omisso. Opinião de quem não honra as calças, ora pois.

É bom que se esclareça que no Brasil muitas das decisões jurídicas dependem, quem diria, da área jurídica. Dããã! Não se consegue adquirir um processo legal numa farmácia. Estamos num recesso jurídico, o que impede, por mais que se tenha iniciativa, de encaminhar uma segunda etapa dessa protocolação.

Mas não impede que o Conselho Deliberativo faça a sua parte. E é esta a bronca. Os esclarecimentos pretendidos não dependem de uma ordem de juiz, da boa vontade de um advogado, ou das benesses de um fórum. Nada disso. Ele pretende, apenas, que se dê as devidas respostas aos torcedores avaianos, sofridos e largados no sereno. Aliás, os culpados de sempre pela mazelas avaianas.

O conselho deliberativo do Avaí (em minúsculas, que é para representar seus atos) precisa, de uma vez por todas, dizer a que veio e qual o seu papel. Na atual situação, faz jus ao epíteto de “decorativo” e está prestes a montar um reino de faz de conta na Ressacada. Porém, ninguém aqui é Alice, Peter Pan ou Gata Borralheira. Tomem tenência!

A continuar assim, nessa queda de braço insana, vou continuar dando voz ao amigo chuleteiro Ronaldo Leal: nessa história perdem todos, torcedores e o Avaí.

* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí Futebol Clube e proprietário do blog Força Azurra.