Trabalho nos bastidores que reflete dentro de campo
Por Eduardo Esteves, especial para o Yahoo! Brasil
O Barcelona sagrou-se campeão mundial no domingo ao vencer o Santos
por 4 x 0. Naturalmente, e de bons anos pra cá, imprensa e fãs do
futebol destacam a soberania do clube nos campeonatos que disputa e a
beleza de vê-lo atuar.
Apesar de toda essa magia em campo, o que
muitos não sabem,é que para chegar neste Barcelona impecável de hoje,
houve um trabalho árduo nos bastidores do clube. E não digo de muitos
anos atrás, mais precisamente, apartir de 2003.
Ao assumir o clube no começo de 2003, o presidente Joan Laporta
encontrou o clube na seguinte situação: altas dívidas e baixa receita,
torcedores sem confiança no clube e investimentos desnecessários por
jogadores, como Fábio Rochemback (13 milhões de dólares) e Geovanni (18
mi de dólares). Paralelamente, o Real Madrid dava início a era
"galáctica".
Neste contexto, a gestão do clube partiu para uma
forte reconstrução de sua marca. A mudança começou a partir de uma
política salarial de acordo com o rendimento em campo. Um rígido
controle de custos foi imposto e o clube mirou a contratação de um
jogador para conduzir esta nova era.
Laporta intensificou amistosos
na Ásia e Estados Unidos, aumentou significativamente o quadro
associativo do clube e apesar do rígido controle nos custos, investiu em
jogadores capazes de atrair os torcedores e com forte apelo no
marketing. Neste objetivo, Ronaldinho Gaúcho foi o maestro.
Na
temporada 2002/2003, o Barcelona registrou €123 milhões em receitas
(fonte: Deloitte), ocupando um inexpressivo 13º lugarno ranking geral.
Em 2010, apenas sete anos depois, o Barcelona alcançava a incrível marca
de € 409 milhões em receitas.
Sandro Rosell deu continuidade ao
trabalho de Laporta à frente do clube em 2010. Rosell seguiu
fortalecendo alianças, pela primeira vez na história colocou um
patrocinador no uniforme do clube e avançou firme na globalização da
marca Barcelona (principalmente no mercado chinês).
Na final do
Mundial contra o Santos, pudemos notar a magia de um Barcelona em campo
com nove dos onze titulares formados nas categorias de base, exceção
feita a Dani Alves e Abidal. Em La Masía, a base do Barcelona, o jogador
é preparado com base nos valores humanos, não a partir de vitórias.
Fica
esta lição para o nosso futebol, valorizar e investir na base, que os
frutos colhidos poderão dar resultados extraordinários. Temos matéria
prima, mas nos falta vontade. O Barcelona sabia de sua necessidade e
lutou para voltar a ser grandioso. Hoje, tem o mundo da bola aos seus
pés.
Dica: leitura do livro “A bola não entra por acaso” de Ferran Soriano, referência para este texto.
*Eduardo
Esteves é publicitário e profissional da área de marketing esportivo.
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