Corinthians fica apenas com 26% da venda de seus jogadores
EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO
DO PAINEL FC
RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO
Na gestão Andres Sanchez, o Corinthians foi o clube com as contratações
mais impactantes do futebol brasileiro. Mas o fez sem necessariamente
esvaziar os bolsos.
O time, que desde 2007 atraiu Ronaldo, Roberto Carlos, Adriano e Alex,
entre outros, tem se reforçado com jogadores sem contrato ou que
desembarcam no Parque São Jorge por meio de parcerias com fundos de
investimento, clubes menores e agentes.
O negócio típico corintiano envolve a compra de uma parcela (às vezes,
mínima) dos direitos econômicos do reforço. Ou a utilização de dinheiro
de terceiros para concretizar a transferência.
O próprio balanço do clube mostra a dimensão que o "fatiamento" dos jogadores tomou no campeão nacional.
Dos R$ 59,4 milhões arrecadados pelo Corinthians com venda de direitos
federativos entre janeiro e outubro do ano passado, só 26,2% ficaram com
o próprio time.
Os outros R$ 43,8 milhões foram repassados para parceiros, muitos deles
com cotas dos jogadores negociados maiores do que as do clube.
Em duas das três maiores vendas de 2011, a do volante Jucilei e a do
meia Bruno César, o Corinthians foi sócio minoritário. Na de Dentinho,
prata da casa, teve direito a menos da metade do valor.
Entre os parceiros que lucraram com esses negócios estão o banco BMG, o DIS (braço esportivo do Grupo Sonda) e o Corinthians-PR.
"No início da gestão Andres [em 2007], devido ao alto custo de direitos
federativos, começamos a fazer aquisições junto com parceiros, que vocês
[jornalistas] carinhosamente apelidaram de pizza", disse o diretor
financeiro Raul Corrêa da Silva.
Segundo o cartola, o Corinthians possui atualmente uma fatia superior
dos direitos dos jogadores do seu elenco do que a amostra das vendas da
temporada passada dá a entender. Sua explicação é que as negociações
feitas foram de casos excepcionais.
Mas essas exceções continuam se repetindo. O volante Paulinho, que
apareceu na lista de desejos de Milan e Roma para a atual janela de
transferências, é exemplo.
Em caso de venda, o clube paulista só ficará com 10% do total da
negociação. BMG e Audax, time da rede Pão de Açúcar, dividirão o
restante.
"É interessante para empresários e outros times terem parcelas dos
direitos dos atletas do Corinthians", completou o diretor financeiro.
O fatiamento de jogadores não é exclusividade do clube. O próprio São
Paulo, seu maior rival nos anos de presidência do mandatário licenciado,
realizou a maioria das contratações dos últimos anos com ajuda externa.
Mas, ao contrário do Corinthians, que publica balanços periódicos no
site oficial, não revelou quanto das vendas de 2011 foi para parceiros
--o clube ganhou R$ 17 milhões.
Dentinho foi vendido pelo Corinthians no ano passado, mas
o clube ficou com menos da metade do valor
Foto: Almeida Rocha-27.mar.2011/Folhapress
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/
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