Parabéns, Mancha Azul, 17 anos!

Quem poderia, e deveria, estar comemorando aniversário nesta data é a Torcida Organizada Mancha Azul. Todavia, justamente na semana em que a TMA recebeu uma suspensão por 3 meses do Ministério Público de Santa Catarina, sem poder entrar nos estádios devidamente caracterizados, com seus uniformes, bandeiras e faixas, a torcida se envolve em outra briga, outro tumulto, dessa vez no desfile dos blocos carnavalescos, onde a Mancha Azul é parte integrante.

Se estão certos ou errados, não me cabe julgar, mas tendo apoiado a Mancha Azul nas mais diversas oportunidades, confesso que estou decepcionado, cansado, de tantas confusões.

Não questiono a existência da Mancha Azul. Entendo e sei de sua importância. Porém, há que se fazer uma depuração em seu pessoal, para que fique composta por quem efetivamente quer torcer pelo Leão por todos os estádios do mundo.

Tomo a liberdade de reproduzir um texto do meu amigo Alexandre Carlos Aguiar, do blog Força Azurra, publicado após a suspensão imposta pelo Ministério Público. Segue:

Uma Mancha, não uma mácula

A torcida organizada Mancha Azul recebeu uma ordem do Ministério Público proibindo-a de freqüentar o estádio com seus integrantes identificados e sem os seus apetrechos principais, como faixas e bandeiras. Tal determinação, em bom tempo, vale por três meses.

Todos os avaianos já se acostumaram com a Mancha Azul nas arquibancadas. Antes freqüentava a zona central do estádio da Ressacada, nas grandes arquibancadas onde hoje são os setores C, D e E, e agora ocupa a área de fundo, acima do vestiário do Avaí.

Sabemos o que fazem, como fazem e onde fazem. São eles e elas que cantam e ensaiam manifestações para o time em campo. Têm a iniciativa de representar a torcida avaiana em todos os jogos fora da Ressacada. Estão representados numa quase-escola de samba. E são reconhecidos em toda a cidade.

Porém, a Mancha Azul cresceu mais do que seu papel. Ultimamente tem cantado mais os seus hinos do que os do próprio clube. Se impõe acima de suas competências e se mostra um grupo organizado, semelhante aos camisas negras de Mussolini, tomando atitudes que beiram à marginalidade e ao crime. Isso não é bom. Há que haver controle. Até porque é o nome do Avaí que envergam.

Toda mancha, como dizem os bons dicionários, ocupa algum lugar no espaço. É como a tinta, que ocupa o papel em banco. Mas uma mancha nunca pode ser uma nódoa, uma mácula. Perde a sua essência e desvirtua a sua necessidade.

Por isso, que este tempo em “repouso” sirva de reflexão para seus atos. Estão enquadrados e visados. A torcida avaiana, a torcida sem face, sem organização grupal quer todos os seus torcedores no estádio, devidamente caracterizados e torcendo para o Leão. Desde que a sua iniciativa seja apenas essa, a de torcer pelo futebol. Quando isso ultrapassa as raias do bom senso, vira sujeira e não uma mancha.