De rir e de chorar, by Roberto Costa

ANDRÉ, nesses dias andei cogitando de modificar a minha maneira de pensar o futebol. De aliviar um pouco as críticas que tenho feito e botar fé, de acreditar mais na lisura na condução desse esporte maravilhoso, por dirigentes de clubes, por federações, por CBF, por árbitros e até pelo pessoal da imprensa. Cheguei a admitir seriamente, como disse dia desses um tal de ALEMÃO, que eu andava meio alucinado, fora do mundo. Do seu mundo, né, Alemão?

ANDRÉ, raciocina comigo. De norte a sul, de leste a oeste do Brasil, pessoas comuns, jornalistas e recentemente também estrangeiros e a própria FIFA, estão a se imiscuir, fazendo denúncias contra Ricardo Teixeira. Por que será que malham tanto o manda-chuva geral do nosso futebol? Terá ele tanta culpa no cartório? Não haverá nisso aí simplesmento essa coisa de que tanto falam quando não querem dar resposta a fatos, essa resposta pronta e requentada, tal da Teoria da Conspiração, de âmbito nacional e internacional, contra o pobre e indefeso do homem? Comecei a acreditar que sim. E disse pra mim mesmo, não vou mais falar mal desse povo, dessa gente abnegada..

Aí, pensei em termos estaduais. Por exemplo, alguém vê alguma razão para criticar a condução do nosso futebol pela pessoa do Dr. Delfim Peixoto, o qual é "assim" com o manda-chuva geral, e devem utilizar os dois os mesmos rigorosos métodos administrativos? Há quantos anos o Dr. Delfim vem se entregando de corpo e alma, com incontáveis sacrifícios pessoais, à condução dessa entidade? Perdemos a conta.

A sua entrega, o seu desprendimento, são tão grandes, que muitos apostam que ele não largará, que seu propósito é sacrificar a vida integralmente, até o último suspiro no leito de morte, se forças ainda lhe sobrarem, à frente da entidade que tanto ama. Alguma razão para tanto apego? Nada, paixão pelo futebol apenas, por que não?

Então, analisei esses fatos e dados, avaliei tudo e concluí, com meus botões: É isso aí, de hoje em diante não serei mais o crítico tão severo que vinha sendo, contra a midiazinha, contra árbitros e dirigentes, pondo dúvidas aqui e alí, vendo conspiração onde conspiração não havia, desagradando quase metade do público desportista da cidade. Aí, respirei fundo e disse, num arroubo: Meu Deus, o mundo é bom, as pessoas são boas, a felicidade até existe, eu é que enxergo coisas demais. Vou pedir incontáveis desculpas.

Mas fui cair, inda agora, na besteira de assistir ao programa Clube da Bola, num canal de televisão da cidade, e reneguei a tudo que disse acima, porque vi  e ouvi Polydoro Junior e Rui Guimarães (seriam assíduos do café?) condenando o árbitro Jefferson Schmidt por ter expulso Túlio, do murrinha, "apenas porque o jogador o mandou tomar banho, po...!"
 

Estou fora do mundo de novo.
 

Seu Jefferson, por favor, ainda dá tempo, retrate-se, peça desculpas ao jogador. 

* Roberto da Silva Costa é associado do Avaí Futebol Clube.