Tubaronense sofre na final do Estadual, by Cleber Latrônico

Jackson pediu demissão do emprego, no último sábado, após não ter sido liberado para viajar até Florianópolis, onde iria assistir ao confronto final do seu time com o Figueirense. O estudante de 18 anos trabalhava como repositor de estoque em um grande supermercado do Centro da Cidade Azul.
“Eu disse que queria sair porque iria para Florianópolis. Saí e pronto. Faço tudo pelo Avaí. Eu quero, inclusive, morar na Capital por causa do clube. Procuro emprego todos os dias em Floripa, pela internet. Sonho em poder me associar e, assim, ir a todos os jogos do Avaí”, explicou o torcedor azurra, que herdou de seu padrinho o amor pelo clube da Capital.
“Meu pai tem uma casa na praia de Itapirubá e meu padrinho, Vanderlei Medeiros, é meu vizinho lá. Ele é de Floripa e desde criança eu ia à sua casa e ouvia com ele os jogos do Avaí. A partir daí, me apaixonei perdidamente pelo time. Hoje, não perco nada sobre o Avaí, pelas rádios e tudo mais”.
Mesmo com todo o sacrifício do último fim de semana, a única vez que Jackson conseguiu assistir de perto ao seu time do coração foi ainda durante sua infância, na Ressacada, e por isso lhe sobram poucas lembranças. No domingo, mesmo tendo viajado até a Capital, o tubaronense não pôde acompanhar de perto a conquista avaiana. Segundo ele, por conta da hostilidade e da violência da torcida do Figueirense e de soldados da Polícia Militar.
“Estava com o ingresso na mão e fui com mais duas amigas que moram lá e meu primo, Igor. Quando cheguei perto do portão de entrada, fui agredido por torcedores do Figueirense, que roubaram minha camisa do Avaí, que havia ganhado da minha madrinha. Foi a maior humilhação da vida, eu estava sem a camisa do Avaí e com o ingresso para entrar, mas um segurança chegou e disse que estava fechado e que ninguém mais entraria. A polícia chegou, eu ouvi um estouro e todos correram. Paramos na residência de um senhor, que nos abrigou. Depois, a festa foi linda pela cidade e ninguém pôde acabar com a nossa felicidade”, conta Jackson, que já planeja uma nova ida à Capital para ver o Avaí de perto.
“Mesmo desempregado, vou tentar ir no segundo jogo do Leão na Série B, na Ressacada. Esse Avaí faz coisa”, finalizou o torcedor, com a tradicional frase utilizada pela torcida avaiana para enfatizar os feitos do time.
Côsa linda!!!! E o Jackson é quase um vizinho, já que eu moro em Gravatal.
Quem sabe um dia a gente se encontra pra torcermos juntos, hein Jackson???
E olhem só como esse Avaí fax côsa, mesmo!! Nasci e cresci em Gravatal, mas meus pais são da Ilha, as 2 famílias torcem pro Avaí (meu avô materno jogou muitos anos como zagueiro), o que justifica o meu amor pelo Leão. Mas aqui em Gravatal, perto da minha casa, tem um cara, o Valdinei, que é extremamente fanático, sem qualquer vínculo com o clube (seja familiar ou geográfico). Causa estranheza encontrá-lo sem a camisa do Avaí, já que ele a usa quase que diariamente. O sonho dele é ganhar na megasena pra poder fazer uma polpuda doação ao Leão pra ser aplicado nas categorias de base. É mole ou quer mais? (Se o Zunino sabe de uma coisa dessas, hein?)
É por histórias como a do Jackson e do Valdinei que tornam o Avaí o maior do Estado e sua torcida a mais apaixonada.
Bom, sou um exemplo pouco comum de avaiano aos que já vi e ouvi. Sou de Imbituba-SC e até meus 15 anos não existia outro time a não ser o Flamengo-RJ. Não se via nem se ouvia falar em times de SC até o final da década de 90 em Imbituba.
Mas em 1998 vim para Floripa estudar na Escola Técnica Federal e senti o que era a rivalidade entre Figueirense e Avaí. Por conta de vários figueirenses muitos chatos na sala, comprei uma camisa do Avaí, e dali em diante comecei a viver um pouquinho a cada dia o que era ser Avaí. Acompanhei pouco o título de 1998, lembro pouco da fase final, mas subir sem ser pela janela é muito mais gostoso. Minha primeira grande tristeza e decepção com o futebol catarinense foi no assalto do século em 1999. Depois o cai-cai em 2001, perder a classificação em 2004 para a série A depois de estar tão perto e quase cair para a série C em 2007. Com isso tudo me apaixonei pelo Avaí! Uma garra, uma força que emana da sua torcida que é inexplicável, apaixonante! Não posso dizer hoje que o Flamengo não mexe com meu coração, mas é o Avaí que mais me faz sentir as verdadeiras emoções e fazer grandes loucuras! Conseguir sair de Guarulhos e chegar a tempo de ver o jogo de acesso a série A em 2008 ou estar em Nova Venécia, no Espírito Santo, com vôo marcado exatamente na hora da final do catarinense de 2009 e dar um jeito de chegar antes e apoiar nosso Leão na Ressacada, foram umas das várias situações que tive que passar para apoiar nosso leão.
No final de 2009 fui morar em Tubarão e tudo ficou muito mais difícil. Quase ninguém entendia a paixão pelo Avaí e até 2012 eram muito complicado as vezes que conseguia vir a Floripa para ver nosso leão!
Hoje novamente estou em Florianópolis e novamente apoiando nosso Avaí sempre que possível (e até impossível, como fiz algumas vezes)!
Meus pais e minha namorada não conseguem entender essa paixão que tenho pelo Avaí, na verdade nem eu consigo explicar, falo que é necessário ir ao um jogo na Ressacada para sentir um pouco do que eu sinto. Tenho um irmão hoje com 11 anos que consegui afastar da perdição de torcer pros janelenses ainda quando estávamos na série B e eles na série A. Hoje ele (como eu) tem o maior orgulho de vestir e sair com a camisa do mais vitorioso do Estado. Independentemente da série que estivermos ou da campanha que fizermos ele entende que o Avaí é maior que isso, e apóia sempre o nosso leão assim como eu!
Gostaria que os dirigentes do nosso Avaí pudessem sentir um décimo do que esse Jackson sente pelo nosso leão, ou como tantos outros Jacksons que existem nas demais regiões do nosso estado e país.
Tenho certeza que não sofreríamos de campanhas pífias como 2010 e 2011!
Desejo vida longa ao nosso Leão e que, apesar do empate de hoje, chegaremos entre os 4 primeiros da série B no final da temporada!
Abraços e saudações avaianas!
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