MAS SEMPRE PODE PIORAR, by Roberto Costa

Diante da TV, assistindo ao embate entre Avaí e Bragantino alguma coisa parecia sinalizar para uma falta de empenho deliberada, mais um desses lances de entrega de jogo. Mas diante das sofríveis apresentações de nosso time ao longo de todo o campeonato, a dúvida persistia, é a ruindade já conhecida, ou são três pontos sendo entregues? Então veio a falta esclarecedora, aos 47 do segundo tempo. Seria talvez nosso último lance de ataque, a bola seria alçada sobre a área e, quem sabe, o gol de empate, pelo menos. Foi quando Pirão e Mika brincaram com a bola, displicentemente, tocando um para o outro.

Não bastasse isso, ao final alguns jogadores foram, ao que parece, festejar a derrota junto ao Benazzi, treinador adversário, Mika e Pirão, claro, foram juntos, e sobraram sorrisos e tapinhas nas costas, o objetivo alcançado. O câmera da TV, esperto, captou a cena curiosa e inusitada. Quando se pensa que pior não pode ficar, a realidade atropela e mostra-nos o contrário.

Alguns jogadores, como J. Maranhão, Evando, Diogo Orlando e outros, parece que se esforçavam, o que nos leva a pensar que a marmelada não foi feita com unanimidade, e não foi concebida por dirigentes, e até isso prova a falta de comando dentro do Clube, a falta do sentido de equipe, e que o grupo é totalmente dividido. É a situação de caos do Clube como um todo se projetando dentro do campo, tudo correndo frouxo, mas de outra maneira não pode ocorrer, pois quem não paga não tem moral para exigir.

Foi mais uma noite terrível, deprimente, assim como deprimentes são as mexidas que nosso treinador 1,99 comete. Nosso horror aumenta, só de pensar que Argel poderá estar à frente do time em 2013. Argel, não dá, procura outra praia, monta uma granja, criar galinhas pode ser promissor.

Enquanto escrevia, ouvi pela interativa da CBN a manifestação de dois torcedores, via telefone. Um deles, conselheiro do Avaí, acionou o alarme, referiu desesperado que funcionários do Clube, com salários por volta de mil reais, andam à cata de diretores para tentar receber o seu. O outro, pintou um quadro ainda mais desolador para o ano que se aproxima, conhecedor da crise nos dois clubes da capital, vaticina que poderemos ter dois clubes na série C em 2014, É bom não duvidarmos.

O futebol, a verdadeira cachaça nacional, virou uma lauta mesa posta para empresários vorazes e sem alma, o torcedor, razão de sua existência, colhe embaixo dela as migalhas.  Mas sempre pode piorar.

* Roberto Costa é associado do Avaí Futebol Clube