sexta-feira, 12 de outubro de 2012

SEM PAIXÃO NÃO DÁ, by Roberto Costa


O que motiva um cidadão bem sucedido materialmente na vida, a vincular seu nome à presidência de um clube de futebol profissional? Acho que um leque de possibilidades abre-se aqui, vejamos três. 

1 - Amor ao clube, ou seja, paixão de torcedor, muito, ou totalmente ausente nos tempos atuais. 

2 - A vaidade de ver-se projetado na sociedade e na mídia, esta pode acompanhar as outras duas. 

3 - Interesse em tirar proveito material da função. Esta a motivação mais assídua no mundo do futebol hoje em dia, capaz de excluir a primeira..
 
Já ouvi de torcedores brócoles, quando a aventura de PPP, a princípio vitoriosa, caminhava para um final trágico, a queixa de que antes de tornar-se presidente do clube do Estreito ele sequer curtia o futebol, não ia a campo, não se tocava do calor da torcida. Sabe-se que antes de projetar-se por lá, oferecera-se como opção para presidir o Leão, indício de que sua motivação era mesmo de fundo empresarial, de ter um clube como objeto de seus interesses.
 
O atual mandatário do clube do continente assustou torcida e conselheiros com seu contrato leonino. O contrato, como se sabe, sucumbiu por acordo entre as partes, após pequena revolução intestina. Seguiu-se a aclamação do signatário como presidente, talvez uma peneira diante do sol, pois sua índole mercantil restou explícita e o torcedor com um pé atrás.
 
Na ilha, o presidente após ganhar as graças da torcida com algumas conquistas de peso, com a montagem de um time bastante competitivo, responável  por uma campanha invejável na série A, repentinamente começou a jogar tudo pelo ralo, a fórmula vencedora, o empresário então eficaz e, a exemplo de PPP, a adoção dessa espécie de "nepotismo", do filho inserido na administração. E mais, após a conquista de um bi-campeonato estadual que fez a alegria da torcida, e o torcedor sempre quer vencer, quando todos esperavam o zêlo, os cuidados para a campanha do tri, eis que iniciamos o certame com um time reserva, perdendo de saída, em casa, para a Chapecoense, um dos candidatos e, ao final, o dono do título. 

E seguiram-se daí em diante novas atitudes a sugerir que também no sul da ilha a índole mercantil passou a suplantar por completo a índole esportiva, as finanças desequilibradas, os anseios do torcedor levados a segundo plano, infelizmente, porque sem paixão não dá.
* Roberto Costa é associado do Avaí Futebol Clube

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