XÔ, INTOLERANTES!, by Maurício Noriega
Admito que cansei do clima que tomou conta dos nossos estádios e do assunto futebol em geral. A intolerância e a imbecilidade ameaçam tomar conta de um dos passatempos mais divertidos e relaxantes que inventaram, o jogo de bola.
Vi as cenas do que ocorreu em Curitiba, no jogo entre Coxa e Tricolor paulista. Presenciei o que ocorreu com um torcedor no Pacaembu, quando jogavam Corinthians e Sport, jogo que comentei.
Não se deve atribuir a uma massa torcedora o comportamento de meia dúzia de idiotas. Mas deve-se combater esse comportamento, porque uma dúzia de idiotas, infelizmente, tem o poder de conduzir centenas, milhares a protagonizar atos deploráveis. Esse tipo de atitude transforma uma multidão aparentemente pacífica numa turba sem controle.
Repito: não se pode atribuir o comportamento de alguns a uma torcida. Mas é preciso repelir alguns do meio da verdadeira torcida.
Nosso futebol vive um momento tenso, de alta combustão. A responsabilidade deve ser atribuída aos que fazem mau uso de todas as ferramentas e situações envolvidas.
Aos jogadores que optam pela má educação em todos os sentidos e preferem, em vez de tentar a melhor jogada, enganar juiz, adversário e a eles próprios com encenações fajutas e comportamentos de quinta categoria.
Aos treinadores que passam o tempo inteiro querendo apitar o jogo, pressionando a arbitragem e criando um clima insuportável à beira do gramado, apenas para ter no bolso a desculpa pronta em caso de derrota.
Aos jornalistas que fazem mau uso de sua profissão, procurando o texto barato, a polêmica vazia, fomentando o confronto desnecessário em busca de migalhas de audiência ou centenas de jornais a mais a serem vendidos.
Aos árbitros que, cegos pela exposição repentina e a suposta fama, escolhem o caminho mais curto - e errado - de elevar o narcisimo à enésima potência.
Aos dirigentes que não pensam antes de falar e provocam situações que podem fugir ao controle por causa de um discurso idiota, uma postagem irresponsável numa rede anti-social da vida.
Às autoridades que, com um olho na massa politica formada por gangues que tomaram de assalto o ato de torcer, se omitem e não atuam como deveriam.
Finalmente, ao torcedor que chama de paixão um comportamento xenófobo, intolerante, sectário e irracional, e que transforma o ato de exercitar o amor por um clube, por suas cores, em declaração de ódio e guerra a quem manifesta sentimento semelhante por outras cores.
Os estádios de futebol se transformam em barris de pólvora em poucos minutos.
A irresponsabilidade de muitos é a responsável pela vulnerabilidade de tantos outros.
É preciso uma ação cidadã em torno do esporte mais popular do País.
A questão envolve educação, comportamento, cidadania e respeito ao próximo. Temas que são negligenciados ultimamente, em todos os níveis. Da casa ao trabalho. Da escola à fila do banco.
Muitas tragédias aconteceram e poderiam ter sido evitadas. Muitas outras estão rondando as arenas esportivas. Ainda há tempo para evitá-las.
Resta saber se há vontade.
Antes que seja tarde.

* Maurício Noriega é proprietário do Blog do Nori, jornalista, atualmente comentarista do SporTV e do Bom Dia, São Paulo, da Globo.
Vi as cenas do que ocorreu em Curitiba, no jogo entre Coxa e Tricolor paulista. Presenciei o que ocorreu com um torcedor no Pacaembu, quando jogavam Corinthians e Sport, jogo que comentei.
Não se deve atribuir a uma massa torcedora o comportamento de meia dúzia de idiotas. Mas deve-se combater esse comportamento, porque uma dúzia de idiotas, infelizmente, tem o poder de conduzir centenas, milhares a protagonizar atos deploráveis. Esse tipo de atitude transforma uma multidão aparentemente pacífica numa turba sem controle.
Repito: não se pode atribuir o comportamento de alguns a uma torcida. Mas é preciso repelir alguns do meio da verdadeira torcida.
Nosso futebol vive um momento tenso, de alta combustão. A responsabilidade deve ser atribuída aos que fazem mau uso de todas as ferramentas e situações envolvidas.
Aos jogadores que optam pela má educação em todos os sentidos e preferem, em vez de tentar a melhor jogada, enganar juiz, adversário e a eles próprios com encenações fajutas e comportamentos de quinta categoria.
Aos treinadores que passam o tempo inteiro querendo apitar o jogo, pressionando a arbitragem e criando um clima insuportável à beira do gramado, apenas para ter no bolso a desculpa pronta em caso de derrota.
Aos jornalistas que fazem mau uso de sua profissão, procurando o texto barato, a polêmica vazia, fomentando o confronto desnecessário em busca de migalhas de audiência ou centenas de jornais a mais a serem vendidos.
Aos árbitros que, cegos pela exposição repentina e a suposta fama, escolhem o caminho mais curto - e errado - de elevar o narcisimo à enésima potência.
Aos dirigentes que não pensam antes de falar e provocam situações que podem fugir ao controle por causa de um discurso idiota, uma postagem irresponsável numa rede anti-social da vida.
Às autoridades que, com um olho na massa politica formada por gangues que tomaram de assalto o ato de torcer, se omitem e não atuam como deveriam.
Finalmente, ao torcedor que chama de paixão um comportamento xenófobo, intolerante, sectário e irracional, e que transforma o ato de exercitar o amor por um clube, por suas cores, em declaração de ódio e guerra a quem manifesta sentimento semelhante por outras cores.
Os estádios de futebol se transformam em barris de pólvora em poucos minutos.
A irresponsabilidade de muitos é a responsável pela vulnerabilidade de tantos outros.
É preciso uma ação cidadã em torno do esporte mais popular do País.
A questão envolve educação, comportamento, cidadania e respeito ao próximo. Temas que são negligenciados ultimamente, em todos os níveis. Da casa ao trabalho. Da escola à fila do banco.
Muitas tragédias aconteceram e poderiam ter sido evitadas. Muitas outras estão rondando as arenas esportivas. Ainda há tempo para evitá-las.
Resta saber se há vontade.
Antes que seja tarde.

* Maurício Noriega é proprietário do Blog do Nori, jornalista, atualmente comentarista do SporTV e do Bom Dia, São Paulo, da Globo.
TUDO ISSO SO TEM UM CULPADO,
SE CHAMA LEI PELE.ACABA COM ELA QUE OS ESTADIOS VÃO ENCHER.
PARA QUE SABE O QUE É A LEI PELE , MEIA PALAVRA BASTA.
Processaram uma menina em São Paulo por falar mal de nordestinos... então que processem esses idiotas que estão ameaçando a menina em Curitiba... o meu filho tem apenas sete anos e já é um tremendo de um avaiano, mas ele gosta do Neymar, e daí?!?
Assino embaixo.
Há, por aí, muita gente querendo ser protagonista.
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