sábado, 8 de dezembro de 2012

A aula do seo Vadinho, by Alexandre Gonçalves


O convite veio do colega Dauro Veras: juntar uma turma no restaurante do seo Vadinho, na praia do Pântano do Sul, para uma noite de comilança tendo no cardápio pratos à base de lula. Convite feito, convite aceito por mim e mais umas 15 pessoas.

E além do cenário deslumbrante do final de tarde/começo de noite, da lula (à dorê, recheada, na tinta e no risoto...), da arraia desfiada e do filezinho à milanesa (o clássico do bar), tivemos ainda uma verdadeira aula do seo Vadinho sobre modo de vida e gestão de negócio.

Seo Vadinho nasceu no Pântano do Sul. Pescador, trabalhou muitos anos embarcado pela costa brasileira. Orgulha-se da vida que leva, do clima bucólico do lugar onde mora e do que proporciona à família. Não come pizza nem x-salada. Gosta de comer farinha de mandioca no café da manhã ou com melancia ou laranja. Mas gosta mesmo é do pirão de feijão.

E quando o assunto é comida, seo Vadinho não gosta de desperdício. Por isso, quando alguém faz uma reserva, ele quer saber o número exato de pessoas que vão ao restaurante não só para que não falta nem sobre comida, mas também para garantir a qualidade do que irá ser consumido. Ontem, por exemplo, preocupou-se para que nossos pratos à base de lula não esfriassem. “Se não vão dizer que está uma borracha”, brincou.

Seo Vadinho toca o restaurante com a ajuda da esposa e dos filhos. Sem letreiro na frente, o restaurante funciona numa casa com mais de 40 anos de construção à beira da praia do Pântano. Seo Vadinho diz que tudo o que é preparado vem dali mesmo, do mar do Pântano do Sul, o que faz do lugar um restaurante atípico em comparação a outros estabelecimentos de Florianópolis. “Uma senhora me ligou querendo reservar o restaurante para umas 40 pessoas e queria camarão no cardápio. Eu disse que não porque não está dando camarão aqui”.

Exemplo disso é que quem for hoje ao restaurante do seo Vadinho vai poder provar a viola desfiada porque ontem deu viola no Pântano do Sul. “É melhor que cação”, garante. E este é o grande barato do restaurante: você não pede o cardápio, mas sim pergunta para o seo Vadinho o que que tem hoje, além do clássico filezinho. Certamente, você será surpreendido na primeira garfada como muitos de nós fomos ontem à noite.


Bem-vindo ao Pântano do Sul

Enquanto seo Vadinho preparava os pratos, sobrou tempo para contemplar a paisagem deslumbrante do Pântano do Sul. Feio, não?



* Alexandre Gonçalves é jornalista, gestor de produtos de Internet do Grupo RIC em Santa Catarina, criador dos blogs www.colunaextra.com.br, www.rocksc.com.br e www.agenteinforma.com.br

3 Comentários:

IVAN disse...

André, tenho certeza que a noite de ontem foi muito proveitosa, e escolheu muitíssimo bem o restaurante. Frequento o Vadinho eventualmente, há alguns anos, e é tudo isso que você falou. Ele realmente é super atencioso com os fregueses, mesmo minha mãe sendo natural do Pântano e devido ao conhecimento dele, noto que ele trata bem todos, independente de ser conhecido antigo ou alguém que lá vai pela primeira vez.
Saudações, quem sabe um dia nos encontremos por lá, pra comer uma "estôpa" e tomar umas geladas.

IVAN

Sergio Nativo disse...

Também vou eventualmente ao Vadinho e posso comprovar. A comida demora um pouco para chegar à mesa, mas é porque tudo é feito na hora, quando chega não sobra nada. Alem de tudo do que foi dito o preço é justo. Na ultima visita que fiz durante o almoço apareceu um saxofonista que tocou MPB. Lamentavelmente, apesar de o restaurante estar cheio e tocar boa musica foi ignorado. Talvez porque não tocou o ritmo que a Globo antes tanto chamava de brega e hoje toca até no Domingão. O famoso mela cueca, o chato sertanejo. Dei uma boa gorjeta e sai satisfeito por ouvir algo que tem a ver Florianópolis, coisa que a tempos não ouvia. Para ouvir MPB só no norte ou nordeste Brasileiro ou na Cidade Maravilhosa. Aqui até o poder publico ajuda financeiramente chatos como Vitor e Leo e tem bacana posando de “chic” em casas de musicas sertanejas. Nao tenho nada contra o gosto musical de ninguem, mais so sertanejo é dose. Ca pra nos, têm hora que Floripa parece Goiás. Abçs

Paulo disse...

Tirando que o Vadinho é torcedor deles, adoro a comida e a arraia desfiada, e em relação a musica, concordo na integra com o Sergio ... putz, ouvir vitor e mel, zeze descornado e tochorando, leandro e leopardo e outras coisinhas mais, é de doer as "zorelhas" ....

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