O CLÁSSICO QUE EU VI, by Roberto Costa

Foto: Jamira Furlani

O porco se compraz no lamaçal, mas tem a desculpa de que é irracional.

No clássico que eu vi, gols só poderiam sair através de bola parada, tal o grau de incompetência demonstrado pelos atacantes das duas equipes. Jogo medíocre sobre todos os aspectos. O time barbye fez o seu numa jogada ensaiada e manjada desde o início do campeonato, que poderia ter sido neutralizada tivesse nosso treinador, quem sabe, estudado mais detidamente jogos anteriores do adversário.

Infelizmente, para que nosso gol saísse, era indispensável que o árbitro apitasse a infração derradeira, o que não aconteceu. O árbitro, a dedo escolhido, de novo preferiu não ver um lance capital, comprovando uma vez mais o que venho dizendo, que "erro grave" de arbitragem no remendão, ocorre sempre a favor do time da casa.

Ninguém há de ser ingênuo de crer, que num período de poucos dias, esse mesmo soprador de lata tenha agido por equívoco em dois lances significativos, ambos no remendão onde se sente à vontade e garantido. O outro lance em que (ó deliciosa coincidência!) o mesmo figayra saiu favorecido com gol de mão, foi contra o Camboriú. Esse apitador possui a retina da conveniência, mas é sempre bem avaliado pela mídia alugada. Estranho que nenhum protesto em caráter oficial jamais saia de entre os muros da Ressacada.

Tão deprimente quanto, e também digno de compaixão, sob todos os aspectos, a tentativa de Bob Vasel de desmentir o próprio tape gerado pela empresa que o emprega. No intervalo do jogo Joinville versus Criciúma, uma vez mais esse cidadão mostrou o lance do pênalti claro não apitado no clássico, e com desconforto, mal conseguindo encarar a câmera, afirmou na maior cara de pau que o lance foi legal. Semensati seguiu mesma linha. São, no dizer deles próprios, formadores de opinião.

No clássico que eu vi, além da falta de qualidade de diversos jogadores do Avaí, vi também um treinador cagão. Temos de novo um treinador cagão e que não é nada do que se esperava que fosse. Sérgio Soares, respeitou demais o adversário, dispôs a equipe recuada e marcando à distância, é daqueles que espera tomar o gol pra partir pra cima. Esperava-se, no mínimo, o mesmo embalo do jogo contra o Criciúma, mas o adversário chegava sem um efetivo combate à frente de nossa área, e se tivesse um pouquinho de qualidade teria vencido com facilidade. Sérgio Soares deixou Adriano Chuva perdido no meio dos zagueiros adversários, mesmo assim o jogador mostrou qualidades.

Segundo informações veiculadas ontem, o treinador Hemersom Maria foi demitido do clube em que trabalhava, no interior paulista. Que o Avaí encontre logo um cargo pra ele na Ressacada, para segurá-lo, porque será muito bom tê-lo à mão para o segundo turno.

Joinville e Criciúma fizeram um jogo de muita qualidade, com futebol e jogadores muito superiores aos da dupla da capital, inclusive com sete gols nos noventa minutos. Somando-se a isso a liderança da Chapecoanse, não descarto a possibilidade de que novo ciclo esteja se consolidando no futebol do Estado, com predominância do melhor futebol deslocado para o interior.

O clássico que eu vi, é uma lâmpada vermelha, que nossa diretoria não pode fazer que não vê.

* Roberto Costa é associado do Avaí Futebol Clube