terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Respeito, por favor, by Lédio Carmona


Durante o Redação SporTV de hoje, Diogo Olivier, brilhante amigo da Zero Hora, fez um comentário no qual assino embaixo: “Seria mais positivo para a imagem do Corinthians se abrisse mão de qualquer recurso junto ao Tribunal Disciplinar da Conmebol”.
Um torcedor irresponsável do Corinthians matou um garoto boliviano de apenas 14 anos graças a um sinalizador da marinha. De forma proposital ou não, o artefato atravessou a cabeça da criança. Em pleno estádio de futebol. Durante jogo da Libertadores. Ao vivo, para o mundo todo ver e se consternar.
Não há espaço para o  lado esportivo nesse momento. Com todo respeito aos milhões de corintianos do bem espalhados por todo Brasil. O momento é de lamento pela perda de Kevin Estrada. Eliminar o Corinthians da Libertadores seria algo exagerado, no meu modo de ver. Impedir que jogue com portôes fechados nos próximos 60 dias é justo e legítimo. É ruim? Péssimo. Mas muito pior é a dor de uma mãe que nunca mais terá o filho do colo. Duro mesmo é o choro da avó. A falta de orientação do pai. E a solidão do irmão. Diante desse quadro, qualquer picuinha de regulamento é dispensável.
Chega de banalizar a morte. Precisamos aprender a respeitar o semelhante. Não é preciso fazer pirotecnia lacrimal. Basta ter respeito pelo choro alheio. Tite sofreu com o que viu. O treinador do Corinthians, sensível e humano, pôs-se no lugar dos familiares de Kevin. E ainda assim foi criticado por ter dito, no auge do drama, que trocaria seu título Mundial pela vida do menino. Frase de quem tem sangue, sentimento e posicionamento correto na sociedade.
Que o Corinthians, dono de um timaço, de uma torcida maravilhosa e atual campeão mundial, aceite a pena e siga em frente. Que o governo brasileiro saia da sua inércia e se mexa nesse caso. O Brasil lidera o ranking de morte entre torcedores. Quando nossas autoridades (leia-se Ministério do Esportes) irão se posicionar à vera sobre o tema? E a Dona Fifa? Continuará calada, em absoluta conivência com o descaso com o qual a Conmebol sempre tratou a Libertadores? Que esse rapaz que se entregou saiba o que faz, esteja falando a verdade e que a Justiça não seja ludibriada. Que finalmente consigamos conviver com a verdade, sem hipocrisia e falácias.
É meu terceiro post sobre o caso Kevin. Escrevo sobre o tema porque sigo sentido, de verdade, com a tragédia do garoto e da sua família. Tudo é muito doloroso. E, ao mesmo tempo, estranho. Afinal de contas, não dá para ficar impassível diante de um caso em que um criança morre com um foguete encravado no seu crânio e o advogado de defesa faz de tudo para provar a culpa do seu cliente.
Fonte: SporTV.Globo.com

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