Vivendo um grande amor, by Alexandre C. Aguiar
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| Foto: Thiago Gomes/Agência Estado |
Com a frase da música do Poetinha Vinicius de Moraes, que hoje completaria cem anos de vida, o Avaí mostrou à sua torcida porque está em seus corações. Luta por uma conquista e não mede esforços.
Se a campanha que ele se propôs a fazer foi com doses de dificuldades, requintes de crueldade, sofrendo pressão, mas acima de tudo defendendo com raça, garra e orgulho a sua história de noventa anos, por toda a nossa vida vamos, nós, avaianos, cada vez mais estarmos ao lado deste time.
O time avaiano está visivelmente extenuado. O time vive a eterna desventura de jogar cada rodada uma decisão. É notório o cansaço e pouco gás que este time apresenta nesta fase final do campeonato. Ele já não entra mais em campo para dar espetáculo ou jogar grandes partidas, mas para defender territórios. Para impor respeito e determinação aos adversários. Em alguns momentos ele não consegue suportar a pressão, como nos jogos contra o Palmeiras e a Chapecoense. Mas em outros jogos, mesmo abdicando de um bom futebol, supera suas dificuldades.
Sem brilhantismo, mas determinado. O time do Avaí, hoje, faz por merecer uma classificação à série A. Ele valoriza cada espaço do campo, cada cobrança de lateral, cada falta, cada passe, cada chute.
Com muita concentração e muito siso
Muita seriedade e pouco riso
Muita seriedade e pouco riso
E se em determinados momentos o lance esperado não sai, não se pode culpar uma carência ou deficiência, este mantra tão decantado no entorno da Ressacada.
Reverencia-se Cléber Santana, Eduardo Costa e Marquinhos, pela suas indiscutíveis qualidades, mas se esquece o papel desenvolvido pelos atacantes, que se não aproveitam as chances de gols, ao menos cumprem um papel tático de marcação e de ocupação de espaços.
É como se este time pintasse um barco a vela branco navegando,Numa imensidão de céu e mar num beijo azul.
As jogadas pela lateral esquerda, com o mitológico Héracles, já são as melhores dos times da série B. É só pegarmos as estatísticas e comparamos o aproveitamento desse rapaz naquela posição.
Mas não se pode deixar de exaltar, aos quatro cantos, a entrega que Ricardinho tem feito na lateral direita. Sofrendo críticas até covardes, o menino pode ser considerado uma revelação na posição. Atua como terceiro homem na zaga, cobre os espaços de Eduardo Costa no meio e ainda oferece opção para os meias de criação. Hoje, na minha opinião, é um jogador imprescindível, um operário para este esquema de Hémerson Maria.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela lateral improvisada.
Que ele mesmo ocupara
Um estilo novo de futebol nascia
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela lateral improvisada.
Que ele mesmo ocupara
Um estilo novo de futebol nascia
Este é o Avaí que deve subir à série A. E deve porque merece. Deve porque seu esforço será recompensado.
É o Leão, rugindo como um trovão
Dá um pulo, e era uma vez os adversários.
Dá um pulo, e era uma vez os adversários.
Vou pra Ressacada reverenciar este time com meus amigos, pois, como diz o Poetinha, eu não ando só, eu só ando em boa companhia.
Não há nada no mundo igual a ti, Avaí.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC, proprietário do blog Força Azurra e um dos colaboradores do portal Todo Esporte SC







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