Os estranhos critérios do TJD-SC, by Adriano Assis

Foto: Reprodução TV FCF

Durante a noite desta terça-feira rolou a interminável sessão da quarta comissão disciplinar do TJD-SC que julgou os incidentes do clássico entre Avaí e Figueirense. Sessão que começou pouco depois das 19h e terminou quase às 23h. Teve o de sempre, atuações hollywoodianas dos advogados, falas intermináveis dos auditores, etc. 

Mas o que vou focar aqui são os estranhos critérios que são usados no TJD-SC para julgar alguém. As duas maiores punições foram para os avaianos Marquinhos Santos e Roberto. Dez e seis jogos, respectivamente. Roberto pegou quatro por uma voadora que não pegou em ninguém e dois por tentativa de chute. Marquinhos deu um soco no Éverton Santos pelas costas e ia pegar os mesmos seis jogos. Só que recebeu mais dois por ser reincidente e dois por dançar o “créu”. Sim, dançar créu rendeu dois jogos de suspensão. Menos do que recebeu Lúcio Maranhão, que deu um empurrão em Eduardo Costa no início da confusão. Marcos Assunção que também deu um empurrão no mesmo jogador nem foi citado.

Eduardo Costa começou a confusão pisando em Éverton Santos, que revidou. O primeiro pegou cinco jogos e o segundo pegou quatro. Dudu, do Figueira, pegou um jogo de suspensão por mandar o árbitro se foder, regra de pelada de igreja. Por que provocar e falar palavrão é igual dar um empurrão? Não entendo.

Sobre a não punição ao árbitro Paulo Henrique de Godoy Bezerra eu concordo. Ele não cometeu, ao meu ver, infrações ao Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Portanto, não teria porque ser punido pelo TJD-SC. Ele errou tecnicamente e disciplinarmente, merecendo punição por parte da comissão de arbitragem. Mas não vai passar de uma mini-geladeira.

Todos que pegaram mais de dois jogos devem receber efeitos suspensivos e ficarem livres até o julgamento no pleno do TJD-SC. Alguém tem dúvida de que muitas dessas penas serão diminuídas?

* Adriano Assis, de Itajaí, é jornalista e proprietário do Blog do Adriano Assis.