Os miseráveis, by Alexandre C. Aguiar
Passei meu último fim de semana na Serra Gaucha, conhecendo a famosa Festa da Uva de Caxias do Sul e apreciando os mais variados vinhos, sucos de uvas, colhendo uvas nos parreirais, amassando uvas na mastela para fazer vinho, visitando vinícolas, castelos, caves e adegas as mais variadas e comendo todos os tipos de massas, carnes e doces da cultura local. Foi fabuloso e já deixa recordações pelos ótimos momentos.
Porém, como um bom e inveterado chato que sou, quando vou para estes lugares não me contento apenas em comer, beber e me divertir, mas em ouvir as pessoas, o que elas tem para dizer e qual suas histórias de vida. Colhi, além das uvas, frases e experiências.
Uma delas, proferidas pelo seu Juarez Valduga, dono e principal funcionário de uma das maiores vinícolas da América, a Vinícola Valduga, me chamou a atenção pelo momento e pelo entorno. Ele disse, rodeado por empregados e por turistas ávidos por uma taça de espumante geladinho, que o trabalho é o que gera a riqueza.
Interessante, né? Simples. Direta. Objetiva. Uma frase de efeito, bem colocada, dosada pra fazer repercutir. É uma das frases que mais se lê nestes livrinhos de auto-ajuda, que muito servem para ajudar seus escritores a ficarem ricos. Bom, tirada do contexto, esta frase era apenas isso, um epíteto bonitinho.
No entanto, ao saber que o seu Valduga começa a trabalhar às cinco da manhã, já na terra e cuidando de seu enorme parreiral, colhendo uvas, levando-as para a fabricação do vinho, avaliando uma a uma as milhares de garrafas em maturação em sua enorme adega e acabando a lida lá pelas sete da noite, todos os dias, faço chuva ou faça sol, percebo que a tal frase tem um enorme valor. Ele chegou onde chegou, uma potência no mundo da vinicultura, não porque senta atrás de uma mesa e espera os empregados lhe trazer as moedinhas, mas porque levanta cedo e vai trabalhar, de sol a sol, para depois colher os frutos, literalmente. A riqueza dele é tirada do seu próprio suor.
Ao saber, lá, num lugar distante, num local onde o futebol é respirado por outros clubes, que o meu clube do coração, cujos jogadores fracassados e cansados perdem para uma combalida Chapecoense, está num hexagonal disputando um não rebaixamento, é que percebo o quanto estamos pobres. Não por dívidas, falta de empresários ou financiadores, mas pobreza de dignidade, de atitude, de honra e coragem e sobrando displicência e pouco caso.
O time do Avaí, hoje, é um resto. O que sobrou do banquete. Um osso mal raspado dado aos cachorros. O pó de café já passado que restou no coador. Um bando de miseráveis na linha da pobreza.
Não existe salários ou algo que o valha que resolva isso. Não existe cabeça de burro enterrada. Não é por malquereres. Não é nem pelos vinte centavos. O que falta na Ressacada, neste time do Avaí, é vergonha na cara.
Aguiar, concordo com você e assino em baixo. Se me perguntarem hoje qual a expectativa que tenho sobre esse grupo de jogadores avaianos que vai disputar o hexagonal da morte, com certeza é a pior possível. Pior só nossa justiça Brasileira. Esse TDJ-SC é uma piada de mal gosto. Não pune quem provoca torcida adversaria semi nu, mas numa briga de marmanjos puni um com 10 jogos e o outro que fez a mesma coisa, apenas 1 jogo. Que palhaçada!
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