PARABÉNS AOS BARBYES, by Roberto Costa

Parabéns ao murrinha, soube aproveitar as oportunidades e a pasmaceira do treinador adversário e venceu o jogo.   

O pouco tempo de casa já não era desculpa para o treinador do Criciúma. Para ver como jogam os barbyes teve tempo suficiente. Os barbyes jogam e jogariam no contra-ataque e lançar-se cegamente à frente, como fez, defesa aberta, oferecendo grandes espaços, a ponto de ser surpreendido a todo momento com lançamentos longos é coisa de principiante. Sair pro jogo precisava, mas resguardando-se, com critérios. Os dois gols e o pênalti tiveram origem nesse mesmo erro de postura em campo, defesa totalmente desguarnecida. Muito primária a atuação do treinador do Tigre, visão pífia, não condiz com o nome que tem.

Árbitros somos todos, cada qual a seu modo, à seu estilo. O árbitro julga o jogo e nós outros julgamos suas intervenções e o punimos ou absolvemos mentalmente, mas há o árbitro dos árbitros, que é aquele que emprega e que estabelece, muitas vezes de forma não explícita, mas sempre claras, as coordenadas que pretende obedecidas. Todo soprador sabe direitinho a melhor forma de acomodar o pé no sapato, para menos o calo apertar.

Heber, era teoricamente o único com nome e estrutura para chegar em Criciúma e apitar sem ser caseiro. Isso era importante. Se o segundo gol barbye tivesse sido para o time da casa estaríamos vendo a mídia condenar integralmente sua arbitragem pela falta clara e até passível de cartão ocorrida na origem do lance, que o mediador não quis apitar. Mas lhe deram todas as honras de boa arbitragem, o que não surpreende. 

Depois, pipocou de forma surpreendente o senhor Heber no entrevero com o goleiro barbye, que o enfrentou com ira e com todo o inconfundível gestual do acinte, inclusive falando por último, tendo Heber rendido-se à pressão não aplicando a regra e discretamente abandonado a raia. Sou o melhor, mas não sou leão, deve ter pensado. Dispusesse o goleiro Volpi de um cartão vermelho e teríamos assistido à primeira expulsão de um árbitro por um jogador na história do futebol.

No intervalo do jogo, quem assistiu pela TV, deve ter visto a intervenção de uma repórter dizendo do jogo em Blumenau, referindo um pênalti reclamado e que não fora apitado sobre o jogador Jael, em favor do JEC. Interessante é que num jogo de zero a zero o lance mais polêmico não foi mostrado pelas câmeras, nem comentado pela midiazinha, que eu saiba. O que prova uma vez mais que o amor continua lindo.

Em Jaraguá, pelo que mostram as imagens, um pênalti inventado em favor do Avaí. A quem interessava esse pênalti? Ao Avaí é que não, já nada almeja no Hexagonal. Talvez favorecer, ou garantir prejuízo a algum outro competidor da parte baixa da tabela, ou, quem sabe, simplesmente oferecer pretexto com esse pênalti inócuo, aos que contestam as críticas que fazemos nós, Avaianos.

De qualquer maneira, parabéns aos barbyes, pelo espírito de competição, pela indiscutível vontade de ganhar. 

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto acima: Fernando Ribeiro/CEC