sexta-feira, 14 de março de 2014

RUBÃO, by Roberto Costa

Partiu deste mundo o goleiro Rubão, o que não poderia ser mas foi, e com muito brilho. Partiu deixando menor o planeta bola, do nosso Estado.

Disse não poderia ser, porque, assim como antes dos irmãos Wright e de Santos Dumont, a ideia predominante era de que um objeto mais pesado que o ar não poderia voar, sabíamos todos que um atleta com o peso e o biotipo redondo que Rubão possuía, jamais poderia se goleiro, cuja função exige também voar. Provaram o contrário os inventores, provou o contrário o grande Rubão.

A última vez que vi Rubão em campo foi num clássico de Masters, jogado na Ressacada, onde esse personagem incrível mostrou que de fato seguia debochando dos postulados da física. No mínimo sexagenário, em certo momento, Rubão alçou vôo em direção ao ninho da coruja, ao ângulo superior direito da trave do lado do aeroporto e lá, suspenso no ar, espalmou para escanteio uma bola com destino certo. Aureo Malinverne, que próximo de mim assistia ao jogo, fez questão de, visivelmente emocionado, aplaudi-lo de pé.

Rubão foi dessas figuras com um traço de anjo, conseguia ser simpático até com adversários. Sempre sorridente, bem humorado até durante os jogos, tinha por hábito repor a bola com as mãos, de maneira a iludir quem observasse. Quando se pensava, em razão do movimento de seu braço, que o lançamento sairia pela direita, saia a bola pela esquerda, para alegria da galera.

A sexta-feira está belíssima, de um céu intensamente azul. Só poderia ser assim, um luto irreverente, por esse lendário atleta  Avaiano

* Roberto Costa é associado do Avaí FC

6 Comentários:

Sergio Nativo disse...

Logico que tivemos grandes goleiros, entre eles destaco, Adolfinho( dizem, não a vi jogar) CesarSilva (outro que marcou gol em classico).. Eduardo Martini. Mas Rubão é uma lenda. Era tudo isso que Roberto Costa falou. Acima do peso como o genio da bola, Maradona ( o maior jogador que vi jogar ) e tão fazia suas estripulias. Um tempo em que avainos e alvinegros sentavam lado a lado e se aplaudia belas jogadas do adversário. No papo que tivemos ano passado na Toca do Leao, falou emocionado sobre esses encontros que o Avai fazia entre ex-jogadores. Um figuraço!

Paulo disse...

Eu lembro dele agarrando e treinando no Adolfo Konder, barrigudinho, e BATENDO PENALTI, algo totalmente incomum naquela epoca...Rubão é uma lenda....perfeito, imortalizou seu nome no Avai !!! Bom descanso !!!

André Tarnowsky Filho disse...

É verdade, Serjão!

Desses goleiros que comentaste, creio que oi Rubão foi a figura mais marcante, realmente um jogador com um carisma enorme. Assistir suas atuações no saudoso Adolfo Konder foi um privilégio para poucos, nos quais e incluo.

André Tarnowsky Filho disse...

Concordo, Paulo Damian!

Época boa, onde era muito fácil estarmos mais junto do clube, sem a "triagem" e conforto de hoje em dia. Com a perda de Rubão, não há dúvidas de que ficamos ainda mais pobres...

Vale a pena conferir um pouco da história de Rubão no livro O TIME DA RAÇA, principalmente a que está descrita na página 282, quando o Leão venceu o Union Española, campeão chileno, no Chile...

Rubão era um figuraço!

Anônimo disse...

Uma pena.
Rubão é daquelas pessoas que a gente imagina que não vão morrer nunca,
O céu mostra, agora, um novo sorriso, maroto, escancarado, cheio de malandragem, mas de uma pureza infantil.
Fica a lembrança boa, que se diga, de uma grande pessoa, de um grande goleiro.
Pega todas lá Rubão!
Bighal.

Paulo disse...

Andre sobre o livro, junto com alguns colegas, estamos montando uma camisa, ja que eles gostam do passado, com todas as goleadas do Avai !!! vai ter barbie muito encabulada !!! CREEEUUUUUUUU!!!!

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