A GENTE ENTENDE, by Roberto Costa

André, a repercussão daquele teu texto PROCON NELES, foi grande, a gambazada ouriçou-se pra valer. Eles querem porque querem manchar nossas conquistas a qualquer custo.

É claro que nosso título Brasileiro, ainda que modesto, Campeão Brasileiro da série C, nos enche de orgulho e estão gravados em nossa alma todos os momentos, todos os lances importantes que nos conduziram a essa conquista. Estão gravadas em nossa memória as justas comemorações, o desfile dos atletas em carro de bombeiro, a festa na Beira Mar. Não só isso, impossível esquecer o denso silêncio que se abateu sobre o bairro do Estreito nos dias que se seguiram a essa data histórica, foi um momento de pouco riso e de mandíbulas travadas no continente.

O jogador Dão, o bom baiano, que jogou nos dois grandes clubes da Bahia, e mais alguns por esse Brasil afora, depois de aposentado perguntaram-lhe qual foi o clube mais importante em toda a sua carreira e ele respondeu prontamente, sem nenhum esforço de memória: o Avaí. Perguntado, por que o Avaí, Dão disse de pronto e com real sentimento de orgulho: "Porque foi no Avaí que eu fui Campeão Brasileiro."

Foi com esse título modesto, mas conquistado em campo, sem mutreta, sem nenhuma contestação, que colocamos orgulhosamente essa estrela no peito, e ela pulsa, como um segundo coração e a gente sabe que o brilho da sua limpeza machuca. Em vão tentam diminuir sua grandeza, depreciá-la, aqueles que aos trancos e barrancos, à força de "erros" de uma auxiliar de arbitragem pensaram prematuramente ter conquistado esse laurel.

Apressados e precoces, chegaram a distribuir de véspera um aplique em forma de estrela amarela, para ser impresso na camisa sob o calor do ferro de passar, mas deram com os burros n`água, como se sabe. Gesto trágico, hilário, e comprovante da angústia e da inveja que lhes causa a falta desse brilho na camisa. Muito que gostariam de ter uma igual, como não têm, depreciam. A gente entende.

* Roberto Costa é associado do Avaí FC