domingo, 26 de outubro de 2014

Força para não fazer certo, by Alexandre C. Aguiar

Talvez seja complicado botar em campo um time para vencer uma partida de futebol. Temos que ajustar técnica, um bom condicionamento físico, um esquema tático sensato e aliar garra, vontade e determinação. Em alguns momentos contar com a sorte e em outros ser efetivo mesmo. Junto a isso uma condição financeira adequada e estamos prontos para sermos campeões. Ou, ao menos, termos uma boa classificação em qualquer campeonato. Convenhamos, é uma engenharia assombrosa e, mesmo assim, não é garantia de sucesso.
Agora, botar em campo um time pra perder é muito simples: basta não fazer o óbvio, ou o que mandam as regras do bom senso. Por isso, quando não se tem nada daquilo acima, não se pode fazer força para perder.
Acompanhando as partidas do Avaí está muito claro que o treineiro avaiano está fazendo um esforço medonho para perder, para não se classificar, para não chegar. Bom, é claro que ninguém joga pra perder, mas ele mantém Carletto sem condição física na esquerda, quando todo o Brasil sabe que ali joga o Marrone fácil, insiste com o bichado Eduardo Costa na frente da zaga e tira o Bocão porque não quer se indispor com a torcida, sendo este jogador a única saída de bola efetiva que nós temos. Fora a insistência em botar Marquinhos como centroavante. É muita força pra ficar na série B.
Ora, eu nunca tive muitas expectativas com este time do Avaí, é bom ressaltar. Brincávamos, eu e meu amigo Murilo Moreira, quando a vaca cercava o brejo, que os benditos 46 pontos eram suficientes para não cairmos neste ano. Toda a constelação de problemas nos cercavam. De jogadores medianos a salários atrasados, de treineiros esforçados a preparação física duvidosa, era só ir marcando os pontinhos para ficarmos mais um ano na série B, depois da desastrosa temporada de 2013. A propósito, a de 2014 também estava uma inhaca que só ela.
Mas aí chegou o treineiro Geninho, após a paralisação da Copa comprada pela Dilma, e começamos a vencer jogos. Ajustamos um time, o suporte (alô, Assis) nos bastidores caiu no bolso e enveredamos um caminho monumental rumo ao acesso. E tudo isso fazendo-se o simples, sem muitas frescuras e obtendo os resultados necessários. Alie-se a isso a saída do mala Cléber Santana e as coisas começaram a se resolver.
Já há quem dava como certa, até, uma estrela de campeão, veja só, que coisa! Como nossa torcida é carente e sentimental, qualquer rodada à frente dos outros num campeonato é motivo de carreata. E por uma rodada chegamos a essa condição, a da liderança no campeonato, o que deixou todos os avaianos bestas. E, repito, fazendo o simples.
E aí, teve jogador que mal sabia dar um passe pra frente começando a dar de calcanhar, teve outros que se achavam a última bolacha do pacote, alguns caindo a toda hora feito Neymar, teve bicos, carinhas e muxoxos e treinador que achava que isso aqui era a Champions League fazendo bobagem. O resultado está aí: já poderíamos estar classificados e nadando de braçadas e agora torcemos mais para os adversários do que para nosso próprio time. Paraguaiamos bonitinho.
A próxima série B começa logo ali.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC, proprietário do blog Força Azurra e um dos colaboradores do portal Todo Esporte SC. Foto acima: Jamira Furlani / Avaí FC

4 Comentários:

Anônimo disse...

É, a julgar pelo que se tem visto ultimamente, o sonho acabou, já era, mesmo com todo esforço sendo feito pelos adversários diretos pra manter o Avai no G4.
O Geninho é bom técnico, e pessoa da mais alta qualidade, mas já chega em qualquer time com prazo de validade, começa bem, faz quase milagres e depois entorna o caldo.
O problema é que no Avai o prazo de validade era muito curto e as bobagens começaram cedo demais.
Ressalte-se, entretanto, que treinar um time com a qualidade do Avai é uma missão nada agradável pra qualquer ser humano.
Tomara que se faça esse ano o que não foi feito ao final de 2013, que é aprender com os erros, com a finalidade de melhorar o futuro, de errar menos, de buscar o cumprimento dos objetivos traçados com os meios adequados, com inteligência, com foco.
Vamos aguardar 2015, mais uma vez querendo um ano menos indigesto.
Byghal.

André Tarnowsky Filho disse...

Byghal,

Não tenho como tirar as razões colocadas por ti e o Aguiar, mas ainda vou aguardar o jogo de amanhã. Se vencermos, teremos o Oeste depois, e quem sabe o pessoal volta a ter um gostinho pela vitória...

Caso contrário, 2015 começa em outubro mesmo...

Anônimo disse...

Se o negócio é cansaço, tem que botar os que não vinham jogando. Revson, Julio Cesar, Abuda, Diego Jardel, etc e deixar alguns descansarem.
Entregar a rapadura só quando não houver mais chances matemáticas.
E pensar que nossos dirigentes emprestaram o Tauã. É melhor que todos esses 10 atacantes que os empresários enfiaram goela abaixo ao Avaí.
Quem foi o gênio que decidiu esse emprèstimo?
Parece que tem gente que é pago pra trabalhar contra.
Roberto Costa

André Tarnowsky Filho disse...

Roberto Costa,

Ao escalar EC5, Geninho está chamando o adversário para cima do Avaí, e o que é pior, o volante está no melhor estilo "marcação com os olhos"...

Temos 4 volantes para substituí-lo: JC, Revson, Marrone e Abuda, mas vamos com um jogador cujo joelho não aguenta mais nada...

Quanto ao Tauã, pode não ser um craque, mas tem mais vigor físico que essa turma de pé murcho que trouxeram...

Quanto a trabalharem contra, sei não, mas...

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