sábado, 25 de outubro de 2014

GENINHO E A CATARATA DOS TREINADORES, by Roberto Costa

Um ídolo é alguém que, em exercendo esplendidamente alguma função, reconhecemos estar acima de nós, tornamo-lo digno de nossa admiração. Nosso ídolo Geninho, depois do casamento do filho, não que o casamento tenha algo a ver com a má fase, perdeu um pouco do seu brilho. Geninho assumiu ares de inventor e algumas das suas invencionices puseram à mostra seus pés de barro.

Quando Geninho acertou o lado esquerdo do time, onde Marrone pontificava, marcava, apoiava e conseguiu emplacar dois gols, tornando-se um a mais dos raros que chutam em gol, achávamos que era titular absoluto. Imaginávamos, muitos de nós, que a atenção de nosso treinador voltar-se-ia então para outras funções da equipe, que vinham mal, em especial o ataque. Mas inexplicavelmente Geninho foi desmanchar o que através de uma improvisação se ajustara de modo muito feliz. Sacou o jovem jogador para colocar Eltinho, que sabíamos em situação precária do ponto de vista físico e, como esse não resultou em solução, buscou Carleto, em situação tão ou mais precária que Eltinho.

O jogador sabe quando está bem, o jogador sente as energias da torcida, ele ouve comentários, e Marrone deve ter ficado decepcionado com a perda da posição dessa forma tão imerecida.Que nuvem negra baixou sobre Geninho, pra ele de repente não conseguir perceber as coisas óbvias, ou seja, a falta de preparo adequado de Carleto e de Eltinho, em especial para a função de marcador. Por outro lado, era flagrante a energia do Marrone, que no esplendor de sua juventude corria os noventa minutos, marcando firme e apoiando quando possível. Marrone, pelo que vinha jogando, já ganhara a confiança da torcida. Ontem, contra o JEC, na lateral direita, infelizmente já não foi o mesmo, foi um jovem nervoso, uma sombra apenas do bom jogador que se firmara e se entrosara pela esquerda.

Depois, Geninho seguiu insistindo com Eduardo Costa e ontem de novo, apesar da pífia atuação que esse jogador vem desenvolvendo nos últimos jogos. E Geninho esqueceu de valorizar as boas atuações do time quando atuou sem Marquinhos e Eduardo Costa, não percebeu a produtiva fluência demonstrada pelo meio de campo sem aqueles dois..

Por último, e esta trouxe Geninho do nosso conceito de gênio para a posição de comum dos mortais, o mistério que criou durante toda a semana com respeito à escalação do time que entraria em campo. Geninho alegou que Hemerson Maria conhecia bem os jogadores avaianos, então para não entregar o ouro só divulgaria a escalação em cima da hora do jogo. Até aí tudo bem, a expectativa da torcida, e isso atraiu muita gente para o Estádio, sugeria uma equipe bem modificada, com improvisações, inovações, quem sabe um três-cinco-dois, falou-se de Diego Felipe no ataque, eu sugeri Eltinho na frente, mas nosso herói trouxe os jogadores já testados e queimados, inclusive pela torcida. Willen, Wilker, Bocão, o que deve ter provocado frouxos de riso em Hemerson Maria.

Demorou, mas também Geninho teve os olhos atacados pela catarata dos treinadores, a opacidade atual das suas córneas o colocam na condição de um treinador qualquer, sem ânimo para inovar e, ou, arriscar. Uma pena, quando as rodadas se sucedem favoráveis, mantendo aceso algum alento em nós torcedores.

Já Hemerson Maria, desprezado por nossas cabeças pensantes, está à frente de um  belo time, bem armado, muito consciente e com sólida perspectiva de acesso, depois dessa vitória merecida sobre nosso Leão.

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto acima: Jamira Furlani

2 Comentários:

Anônimo disse...

onde eu assino Roberto Costa?

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