quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A paixão encolhida, by Alexandre C. Aguiar

Meu primeiro contato com o futebol ao vivo foi pela TV, assistindo ao Mundial de 1970. Estava com 9 anos e não tinha ideia e nem noção do que era aquilo. Mas foi uma emoção arrebatadora.
A primeira vez que me vi num estádio foi na decisão de 1975, quando o Avaí decidiu o título contra nosso maior rival, na casa deles. Tinha 13 para 14 anos e naquela época o futebol era assistido pela TV, onde passava o campeonato carioca e algum coisa do campeonato nacional. Ver aquele espetáculo ali, num estádio, com toda aquela sensação foi algo indescritível. Lembro que chorei quando o time entrou em campo, minhas pernas tremiam por boa parte do 1º. tempo e sem nem mesmo eu entender o que se passava. Foi minha segunda emoção forte com este esporte.
Passei a assistir a todos os jogos que passavam graças à seleção brasileira e me tornei avaiano de coração por causa daquela decisão. Nunca mais abandonei este esporte e esta paixão. É algo que está impregnado em meu caráter, em minha personalidade, em minha maneira de ver o mundo.
Os anos foram passando e sempre arrumava jeito de ir aos jogos no Adolfo Konder ou grudava na frente da TV para ver as partidas de todos os campeonatos possíveis.
Aos 53 anos já vi e ouvi o suficiente para escrever umas duas bíblias sobre futebol, sem qualquer mistério, a respeito de qualquer assunto envolvendo este esporte.
Por isso, nesta terça-feira, quando dei meia volta e não fui ao estádio ver mais uma partida do Avaí, desta vez contra o Oeste de Itápolis, válida pela Série B de 2014, percebi que alguma coisa estava errada. Um esgar tomou conta de minha garganta. Uma sensação de perda e de vazio me assolou. Algo morreu.
Continuarei a colaborar com o Avaí, como clube, como instituição, como parte da cultura de minha cidade. Mas, com toda a certeza, alguns conceitos precisam ser revistos. Assim não dá mais.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC, proprietário do blog Força Azurra e um dos colaboradores do portal Todo Esporte SC. Arte acima: Blog Soltando os Grilos

6 Comentários:

Anônimo disse...

André, belo desabafo do Aguiar. A minha sensação é a mesma. Primeiro contato com futebol foi em 82, com a seleção canarinho. Com o Avaí foi em 88, com 11 anos, final do Catarinense. Adilson Heleno e companhia. De lá pra cá vi vários Avaís. Inclusive na segundona do catarinense. Mesmo nas épocas difíceis, lembro do Avaí com sangue no olho. Hoje é isso que assistimos. Um bando sem comprometimento. Um dia quem sabe nosso Avaí volta. E como diz o André Gil, no atual momento vamos pela gelada.
Abraço
Maurício Depizzolatti

André Tarnowsky Filho disse...

Delegado,

Assino com o amigo.

Vai virar postagem.

Abraço!

Reinaldo disse...

Sou mais novo. Mas o.meu sentimento é o mesmo. Algo mudou no bairro carianos após 2009. Até mesmo aqueles 3x0 na decisão de 2012, outrora teria outro sabor...outra emoção. Hoje acompanho o dia a dia do nosso Avaí demanha, a tarde e a noite, mas não tenho o.mesmo tesão de ir para a Ressacada parece que o vento sul anda batendo mais frio por lá..enfim algo mudou.

André Tarnowsky Filho disse...

Vizinho Reinaldo,

Ousaria discordar do amigo quanto ao ano da mudança. Em 2009, tivemos nosso auge: campeão estadual, melhor campanha de um Catarinense na Série A, classificado para a Sul Americana, ano perfeito...

Porém, quando mudou a folhinha de calendário, a diretoria do Avaí resolveu colocar mensalidades e ingressos nas alturas...

Lembro bem do desgaste que tive junto aos diretores, principalmente Nerto e Otília, por me postar frontalmente contra isso. Aliás, tivemos uma reunião com toda a diretoria e se eu não tivesse interrompido, o Zunino estava falando até hoje sobre a necessidade desses aumentos...

De lá para cá, nada deu certo!

Reinaldo disse...

Isso. Me refiro após 2009. O ano de 2009, foi o melhor da história para nós, e a torcida deu show. Por pouco não beliscamos a libertadores...Que saudade. Após isso momentos bons me lembro de 3: contra o Santos em 2010 (3x2), São Paulo em 2011 (3x1 - Copa do Brasil) e Clássico em 2012 (3x0). Muito pouco né?!
Acho que o que vivemos hoje é apenas um reflexos do que vem ocorrendo.

André Tarnowsky Filho disse...

Vizinho Reinaldo,

É verdade. Sem contar que aquela campanha de 2011 foi devastadora, tanto dentro de campo, com o rebaixamento, quanto fora, com inúmeras ações trabalhistas que começaram a pipocar...

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