domingo, 21 de dezembro de 2014

OS BEATLES, HAMBURGO, E A HERCÍLIO LUZ, by Roberto Costa

Recebi de um amigo do Rio de Janeiro email abordando através de fotos a trajetória dos Beatles, desde o seu singelo início até o desmantelamento daquele conjunto musical extraordinário.


Como é sabido, a onda Beatles foi um verdadeiro tsunami de bom gosto, fenômeno de âmbito mundial, com um potencial de marketing espetacular que lhes valeu inclusive comenda do governo inglês, pela projeção que trouxe ao país.


Na verdade quem os descobriu e gravou-lhes o primeiro disco foi o maestro alemão, em Hamburgo, Bert Kämpfert. Portanto, Hamburgo tem importância significativa no surgimento dos Beatles.


Para termos idéia da força da marca Beatle, quando da publicação da foto do conjunto, em que atravessam a faixa de pedestres, inclusive capa de disco, o fusca que aparece estacionado ao fundo, teve sua placa (LMW 281F) furtada repetidas vezes, tornara-se fetiche. O fusca foi vendido num leilão por 2.500 libras e ocupa hoje espaço no museu da Volkswagen. Um velhinho singelo e anônimo, pelo simples fato de circunstancialmente também ter saído na foto, ganhou notoriedade e deu diversas entrevistas.


É claro que Hamburgo também lucrou com o fenômeno Beatles, a boate no bairro boêmio onde eles costumavam apresentar-se virou ponto turístico, certamente muito rendoso. Acontece que esse ponto turístico, ainda que rendoso, não resistiu ao pragmatismo do espírito alemão, que o colocou abaixo por força de uma reforma urbanística. Como preservação da memória, ficou a Praça Beatles e a prefeitura inteligentemente colocou, em placas de metal inoxidável, contorno dos músicos em tamanho real, que à noite se iluminam fazendo um belo efeito.


Talvez ainda não seja tarde para se acatar esse exemplo de objetividade, de pragmatismo oficial. Quem sabe a demolição da Ponte Hercílio Luz, com a construção de outra, moderna em seu lugar e uma réplica sua no grande terreno à frente do Mirante, com efeitos de luz à noite e outras idéias mais que possam valorizar o empreendimento?


Com isso se preservariam as memórias e se estancaria o sangradouro de recursos públicos que tende a eternizar-se e que nos coloca em todos virtuais narizes de palhaço. Com isso afastar-se-ia de vez o perigo de uma catástrofe em futuro próximo, que eu, de minha parte, não tenho planos mais de passar pela ponte Hercílio Luz.


* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Texto publicado em 30/07/2014. Foto: Internet

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