Um guerreiro do nosso tempo, by Alexandre C. Aguiar
Conheci o Dr. Zunino quando eu tinha 18
para 19 anos. Era meu primeiro dia no laboratório e ele, ao me ver
manipulando alguns tubos que iam para uma autoclave para serem
esterilizados, me perguntou o que iria fazer. Eu disse que aqueles tubos
iam ser reciclados. Ele disse ”não, amanhã”. E eu respondi: “estou
aprendendo a tirar sangue de crianças”. Então ele foi taxativo: pois eu
quero que tu trates as pessoas que virão aqui como teus parentes, teus
amigos, como as pessoas mais especiais que tu conheces.
Dr. Zunino era isso, era um sujeito que
se dedicava às pessoas. Ele se importava com o outro, com seus
semelhantes e faria o que pudesse para ver alguém bem, do jeito e da
forma que pudesse.
Ele montou uma empresa não apenas para
ganhar dinheiro. Seria hipocrisia dizer que renegaria o retorno
financeiro. Mas ele primava, essencialmente, por deixar as pessoas bem.
Por atendê-las bem. Por fazer o melhor para a sua saúde e fazer isso
bem. Por resolver um problema de alguém, que poderia ser um honorável
ilustre ou um singelo desconhecido.
Não é a toa que a empresa Laboratório
Médico Santa Luzia é referência nacional no seu ramo de atividade. E
essa era a marca do Dr. Zunino. Fazer bem e o melhor para todos.
Aplicou isso no Avaí e obteve o sucesso
devido. A má vontade pode negar, mas a história nunca renegará. Tivemos,
em nosso clube, momentos sofríveis e momentos memoráveis, mas jamais se
pensará que sua administração tenha passado em branco. Hoje temos um
Avaí profissionalizado e andando com as próprias pernas. Com as
dificuldades inerentes ao nosso tamanho e com as perspectivas de
crescimento inegáveis. Os poréns são próprios da atividade.
Nunca fui um amigo particular do Dr.
Zunino, diferente do que diziam por aí. Desses de frequentar a sua casa
ou mesmo a sua sala e quando o fazia era a trabalho. Mas admirava
aquela forma de trabalhar, a dedicação ao conhecimento, o denodo, a
coragem, a visibilidade, a inteligência, a forma de resolver as coisas, a
perspicácia em “fazer negócio”, em criar algo novo, uma solução
diferenciada. E o carinho para com as pessoas. Isso o tornava uma
pessoal leal e dedicada.
Lamentamos a falta do ser humano.
Choramos a ausência. Perdemos o corpo, a presença, a conversa franca, a
palavra dura e a decisão serena. Mas o patrimônio humano, os exemplos e a
dignidade isso não nos tiram. Nosso estimado patrão e inegável ser
humano está mais presente e ativo do que se possa imaginar. Ele nos
ensinou a sermos gente grande, pessoas crescidas e cidadãos honestos.
Saudações ao guerreiro João Nilson Zunino.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC e proprietário do blog Força Azurra
Belas palavras, PARABÉNS
Nilo,
Assino contigo.
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