ESTÓRIA DE GIBI, by Roberto Costa

Nunca esqueci uma estória que li num gibi, faz muito tempo, claro. Quando eu lia gibi. (Ah, aviso necessário, pra que ninguém pense que vai perder tempo lendo, é sobre futebol, pessoal.)


Um pistoleiro recém-chegado a uma daquelas cidadezinhas do velho oeste, querendo impressionar e deixar o povo pacato assustado com a sua presença, fez o seguinte: Ele dirigia-se a lugares menos frequentados da cidade, periferia, etc, e, num momento em que não houvesse ninguém por perto, dava um tiro numa parede, e em seguida desenhava um alvo em torno do buraco da bala, nesse buraco, claro, ele desenhava a mosca, o centro do alvo, e assinava embaixo. Assim, deixou vários alvos pela cidade, com tiros certeiros na mosca e assinados. Com isso, toda a população ficou preocupada e assustada com a presença do pistoleiro de tiro tão infalível.


E não é que, depois que o Volpi, bom goleiro do murrinha fez de fato uma temporada boa, instituíram o prêmio Luva de Ouro, para entregá-lo ao próprio? Pelo menos é o que parece, porque, que se saiba, durante o campeonato não se ouviu ninguém falar sobre a existência desse prêmio, nem se era de âmbito municipal, estadual, nacional, universal, infinitesimal.


Pois é, depois que viram o buraco na parede, (RBS/FCF) instituíram o prêmio, ou seja, desenharam o alvo sobre o tiro do Volpi.


Família que janta unida permanece unida.


Na história do gibi, no final o mocinho desmascara o falso pistoleiro infalível. Na vida real, a caravana segue.

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Arte: Maurício de Souza