O JOGO E O ÁRBITRO, by Roberto Costa

Nada que nos leve ao desespero, mas a apresentação de ontem à noite, (05/02/15) diante do Criciúma, desfez um pouco o encantamento do primeiro jogo, contra o Joinville.

O Criciúma preferiu embolar o meio campo, dificultando nossas ações, e a bola não transitou fácil, de pé em pé, como em nossa primeira apresentação. Por tratar-se de nosso segundo jogo, o treinador adversário contou com imagens dos noventa minutos do anterior, material de estudo que pode tê-lo feito definir-se por essa estratégia. 

Resumindo, o empate interessava ao visitante, e por isso seu treinador adotou postura defensiva, com saturação do meio e apostando nos contra-ataques, disso resultou grande parte das nossas dificuldades.

Quanto à arbitragem, essa função costuma ser influenciada até pelo temperamento do árbitro. Existem árbitros, e aqui se fala dos bons, que conseguem exercer autoridade sem esforço, que conseguem dar dinamismo ao jogo, conseguem aprimorá-lo, não só com o uso do apito, mas também com sua postura, com seu gestual e com isso elevam a qualidade do espetáculo, impõem ao natural que a bola role, sem recorrer a admoestações grosseiras. Esses são os tecnicamente bons e geralmente se enquadram no acertado critério de que árbitro bom é aquele que passa despercebido no jogo.

Por outro lado, existem os precários, os que tremem, os que se complicam, os que não se impõem, até os que se vingam, e nessa linha de precariedade, os piores, os venais.

Não creio que o senhor Célio Amorim alcance altos vôos na profissão, é um dos que se complicam. Se temperamento é importante para o exercício da função, Célio Amorim fica devendo Talvez querendo vender uma postura de imperturbável, de calmo, ele faz na verdade o papel do passivo, do tímido, do sombra inócua. Por essa peculiaridade ontem complicou-se num lance banal, onde demorou a definir-se entre um escanteio e uma bola ao chão. Ou seja, apareceu negativamente, o espetáculo perdendo o seu ritmo. 

Ao final, Célio Amorim acrescentou corretos 5 minutos ao tempo do jogo, o Criciúma de fato abusou da cera, mas por essa sua peculiaridade de postura passiva, deixou que a cera prosseguisse inclusive nos acréscimos, e foi como se nada tivesse acrescentado. Se a sua complacência com a cera adotada durante todo o jogo pelo Criciúma foi intencional, é questão de seu foro íntimo, mas as suspeitas no âmbito do futebol são sempre inevitáveis. Então, melhor seria, para si e para o espetáculo, que tivesse coibido com firmeza esse antijogo.   

 

* Roberto Costa é associado do Avaí FC.  Foto acima: Jangadeiro