O NÚMERO UM, by Roberto Costa

Certa feita, ao final de um jogo, quando sua senhoria o árbitro dirigia-se ao seu vestiário, foi abordado por um jogador do time derrotado, o qual apresentando sinais aparentes de destempero, passou a brandir o dedo duro por várias vezes diante do semblante senhoril do mediador. Este, talvez temendo o pior, preferiu ouvir imperturbavelmente as palavras também aparentemente ríspidas do atleta. Podia, mas não sacou da arma rubra, regulamentar e fatal que trazia num dos bolsos e nem chamou os policiais para proteger-se. Foi para o vestiário como quem não quer nada, com algum ardor nos tímpanos, mas caminhando com calma, sem mostrar abalo. Afinal, sabe que um verdadeiro árbitro não pode manifestar sinais de fraqueza.
Os que assistiam ao jogo em casa disseram logo: O jogador vai se estrepar, a turma da TV vai entregá-lo ao tribunal e ele vai pegar suspensão de dez (10) jogos. Mas a turma da TV naquele dia tinha um jantar marcado em algum canto da polis e esqueceu completamente sua obrigação, acabou não movendo um dedo sequer, como era de se esperar.
Mas vocês acham que aquele tribunal excessivamente justo cruzou os braços? Deixou barato? Nada disso. Cientificado dos fatos pela TV, intimou o árbitro a explicar direitinho o ocorrido, para então, a partir do que dissesse, dar início ao processo contra o atleta.
- E então, meu caro árbitro, - arguiu um dos auditores quando do início da audiência - quais ofensas lhe dirigiu o atleta quando brandiu ostensivamente contra si aquele dedo em riste?
- Ofensas, Excelência? Ofensa nenhuma.
- Como? - Respondeu o emérito julgador - As imagens são claras, meu caro árbitro, ele fala enquanto ergue o dedo em advertência, talvez em ameaça à sua pessoa, à frente do seu rosto.
- Ledo engano, Excelência. É verdade que ergueu o dedo, mas com isso ele apenas reforçava repetidamente o que dizia.
- E o que dizia, afinal, o atleta, meu senhor?
- Primeiro ele disse que entre todos eu era o número um, e depois brandindo aquele dedo, que significa a unidade, seguiu repetindo e reforçando estas magníficas e inofensivas palavras:
- Você é o número um, você é o número um, você é o número um. Na hora, Excelência, eu quase chorei de emoção. Veja só o meu braço, ó, todo arrepiado... (1)
(1) - Qualquer semelhança com fatos da vida real ou pessoas vivas ou mortas, será mera coincidência.

O jantar deve ter sido muito bom !!
Farinha e mandioca e peixe frito cria gente tola, meu Deus............
Luiz Martins
Damian,
O "my little corner" é muito bom...
Luiz Martins,
Relaxa! Ou preferes ser enganado pelo Bob Vasel?
De maneira nenhuma...mais nosso amigo RC está exagerando um pouco. Deveria direcionar seu conhecimento e seu bom humor para alavancar o Avai. Acho que ele se preocupa muito com o Figueirense.
Luiz Martins
estou com pena desse senhor, tadinho :(
ANDRÉ, Você leu o texto e o classificou de excelente. Isso pra mim é o bastante. Você captou as mensagens, as ironias e tudo o mais.
Não tem nada de especial o que escrevi, mas quando te enviei, eu sabia que era coisa pra quem sabe ler, não era coisa para analfabeto funcional. Analfabeto funcional é o que papagueia, lê mas não entende. E o pior é que pensa que entende.
Também cometo erros, não domino a língua, mas tem gente que não consegue sequer articular três parágrafos para dizer alguma coisa e se mete a bobo. No único parágrafo que escreve, meia dúzia de palavras, escorrega na ortografia, como o Luiz Martins. Pega um livrinho pra ler, meu filho, não tem contra-indicação.
Basta o texto sair um pouquinho do básico do básico do futebol, conter um pouquinho mais de molho, o resultado é esse aí.
E ainda tem analfabeto (ta) anônimo (ma) e bunda mole, sem peito pra se identificar.
Abraço. Roberto Costa
Molho?....que molho Sr.Roberto, ficar falando abobrinhas sobre arbitragem e favorecimentos a outros....aproveitando-se da amizade do André, o melhor blog avaiano, para escrever baboseiras....o André classificar seu texto como excelente é normal, ele o respeita muito...mais os outros leitores..alguma manifestação...me desculpo por "não conseguir articular três parágrafos para dizer alguma coisa e me meter a bobo" afinal não somos todos do seu nível intelectual...realmente sou analfabeto funcional por este motivo lhe trato com o mesmo respeito que o Sr. trata a quem não concorda com suas esdruxulas idéias....é uma pena que seja dado tanto espaço pelo André para uma pessoa tão mal educada.
Luiz Martins
Luiz Martins,
Realmente, acreditar no Bob Vasel não é bom negócio. Quanto ao Roberto Costa, creio que esse texto foi excelente, tirando com muito sarcasmo a maresia que toma conta do TJD quando os assunto são relacionados ao teu time...
Anônimo,
Tenho pena de quem tem medo de se identificar...
Roberto Costa,
Fiques tranquilo, seguiremos publicando teus ótimos textos, falando ou não de futebol, quer queiram ou não os "doladelá"...
Abraço!
Luiz Martins,
Certamente não conheces o Roberto Costa, gente da melhor espécie, um gentleman, que tenho a honra de ter como amigo.
Qualquer hora te convidamos para uma Original com almôndega no entorno da Ressacada...
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