segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Topada pedagógica, by Alexandre C. Aguiar

A pior coisa num time de futebol não é perder. Claro que uma derrota, da forma como foi essa do Avaí, azeda o humor e deixa-nos um vazio. Mas é o perder e jogar mal, e ainda sem perspectiva físicas ou técnicas para que se possa reverter o quadro durante uma partida, que nos deixa incomodados. Pois foi isso que houve neste jogo de domingo à noite contra o Hermann. A disposição que se viu contra o JEC e o relativo arranjo tático contra o Criciúma foram esquecidos na BR-101 a caminho de Ibirama.
O velho Avaí do estadual do ano passado voltou a nos assombrar.
De uma certa forma, ainda que irrite, uma derrota assim educa. Ela é pedagógica. Ela faz ver ao grupo que há muito o que fazer e que as camisas devem ficar suadas ao fim de uma partida. Que as chuteiras devem ser de travas baixas, para não dar bolhas nos calcanhares. Salto quinze, numa situação assim, nem pensar.
Claro que o time é outro. Bem outro, diga-se! O treinador é tarimbado, a situação financeira é bem melhor e ainda não se agregou manias. Dos dois últimos jogos vislumbrou-se que há algo de bom a ser tirado desse elenco. E nem vou fazer terra arrasada após a terceira partida. Este campeonato é curto, mas não precisamos nos classificar em primeiro lugar.
Todavia, vamos ter que reverter a lógica que nos alarma em quase todo começo de campeonato catarinense, quando vamos muito mal na primeira fase e nos recuperamos na segunda. Agora não tem segunda fase. É jogar ou jogar. E, além disso, de uma vez por todas exumar aquela cabeça de mamute que eles enterram em Ibirama toda a vez que vamos jogar naquele estádio.
Para a partida seguinte é fundamental que o fator Ressacada se faça presente. Há tempos que isso não acontece. Agora é a hora do tal torcedor que se diz avaiano até morrer aparecer e decidir. Este time não está num desespero, mas a necessidade de torcedor no estádio é imperiosa para se começar do começo. Para evitar que a zica se instale e aí, depois, não dá mais para tirar. Não se pode pegar nojo do time nesse momento, como um certo comentarista de baixa estatura e intelectualidade, que adora destruir o Avaí, sempre faz.
O jogador se sente confortável tendo o torcedor ao seu lado. Ele observa a arquibancada cheia, olhos rútilos a lhe dar apoio, frases feitas de empenho e braços prontos a lhe abraçar. É ali onde as emoções de lado a lado se completam. Deixa-se os rancores no vestiário e o torcedor esquece a murrinha em casa. Juntos, fazem a festa escandalosa para a vitória.
O Avaí, como clube, precisa do torcedor agora. Precisa encher as arquibancadas. Precisa voltar a fazer da Ressacada o velho caldeirão. Precisa intimidar os adversários e começar a conquistar vitórias. O torcedor não deve voltar apenas nas horas dos restos de feiras ou quando estamos com a corda no pescoço.
Ainda dá, pra todo mundo, até para o técnico que dizem ter sua estadia na Ilha com prazo de validade curto.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí e proprietário do blog Força Azurra. Arte acima: Dreamstime

4 Comentários:

Anônimo disse...

É, ficou devendo, com um campeonato mais curto do que coice de porco, pode ficar chupando no dedo. Ainda dá, mas... ABRE O TEU OLHO AVAÍ !!!!!

Anônimo disse...

Excelente oportunidade prá botar moral e ordem na casa, ganhar os colonos que estão se achando e tudo certo. Simples assim.

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