GOIÁS, O NOSSO PONTO DE MUTAÇÃO? by Roberto Costa

Sempre defendi, desde a campanha memorável sob o comando do Silas, que o esquema de três zagueiros era o ideal para o Avaí. Por diversas vezes neste espaço critiquei o treinador Geninho por não adotá-lo. Geninho incompreensivelmente via a casa ruindo e se contentava com mudanças não essenciais, que deixavam tudo do mesmo jeito, que não levavam o time a lugar algum.

Felizmente o Kleina, quem sabe por ser jovem, percebeu a importância da mudança e a colocou em prática, com sucesso. Haverá, entretanto,  gente a contrapor que o futebol apresentado não foi grande coisa, que pouco agredimos a defesa do Goiás, o que é indiscutível. Mas o fato mais importante é que não deixamos o adversário jogar e, garantindo-nos atrás, garantíamos o ponto fora, e seguíamos na busca, na medida do possível, de uma escapada e do gol da vitória, o que se concretizou. Enfim, foi a tática de jogar por uma bola, expressão que a gíria futebolística consagrou e que trouxe-nos esse belo resultado.

A estrela de Gilson Kleina é forte. Eu tinha certeza que ele promoveria a entrada de Hugo no segundo tempo, com  todo o gás, para investir com sua velocidade e seus dribles sobre a defesa então cansada do Goiás e com ele obter a vitória. Acho que todos os Avaianos pensavam o mesmo. Meu amigo Mica, teórico do futebol e atleta das mesas de dominó do Bar do Chapecó, que me liga a todo instante durante os jogos, teve o mesmo pensamento e juntos criticamos Kleina quando colocou o garoto Rômulo, atleta de jogo pouco incisivo, mais cadenciado. Mas com grande satisfação tivemos nossas línguas queimadas, pois Rômulo invadiu a área e com aquele biquinho sutil e refinado, decidiu o jogo, garantiu os três pontos. Vai ser o time do Goiás, de novo, o nosso ponto de mutação?

Meu amigo Mica, partindo do princípio de que no clássico os barbies precisam sair pro jogo mais do que nós, sugere que Gilson Kleina adote o mesmo sistema de jogo adotado ontem. Pensando bem, eu endosso, acho que não seria má estratégia.

Seria interessante que nosso presidente Nilton desde hoje se ligue na questão arbitragem do clássico. Foi engraçado e muita coincidência, que a CBF(hehehe) tenha "sorteado" (hehehe) para os dois clássicos pela Copa do Brasil, dois árbitros sabidamente conflitados com o Avaí, Ronan e Célio Amorim. Essa CBF faz côsa!

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto acima: Goiás EC