QUARTA-FEIRA, ATENÇÃO NOS DETALHES, by Roberto Costa

Assisti e fiquei horrorizado diante do futebol apresentado nesse clássico histórico do outrora grande futebol brasileiro, Vasco e Flamengo.

Não sei se as duas equipes vêm jogando sempre assim, mas a falta de categoria mostrada por alguns jogadores de ambos os lados foi de doer. Imaginei craques como Zico e Roberto Dinamite, sangue e alma desses clubes quando atletas, o que não estarão sofrendo diante de tanta gente limitada vestindo as mesmas camisas que engrandeceram.. 

Já não é de surpreender, portanto, os 7 a 1 tomados pela Seleção contra a Alemanha e agora essa desclassificação da Copa América. Nosso futebol está em baixa.

Sim, eu sei, vamos enfrentar esse Vasco de que falo na quarta-feira próxima em São Januário e em meu modesto entendimento, e em vista do que mostrou ontem esse time contra o Flamengo, ouso dizer que considero o Avaí favorito, muito embora possamos nos dar mal, pois nenhum favoritismo é determinante, e tudo é possível à luz da lógica elástica do futebol.

Interessante será que na quarta-feira nossos atletas se preocupem mais com certos detalhes, para não darem de novo lições de como perder um jogo sem fazer força. Perdemos para o Grêmio por alguns detalhes idiotas. Primeiro detalhe, a mania de achar que os primeiros minutos de cada jogo devem correr frouxos, que têm algo de amistoso, de diplomático, que não é hora do "bicho pegar."

Segundo detalhe, que ninguém se meta a achar que é muito craque e como tal não deva dar bico nem atrasar bola para goleiro. No primeiro gol do Grêmio nosso bom lateral direito, Nino Paraíba, com toda a condição para atrasar a bola ao goleiro Wagner e evitar qualquer risco, optou por dar um toquinho sutil para um companheiro, pegou mal na bola e deu precioso passe para o adversário. 

E a barreira, minha gente. Nossa barreira foi a responsável pelo terceiro detalhe comprometedor. A barreira tem a sua ciência para ser composta e precisa ser montada e encarada com seriedade, com as melhores condições visando impedir a chegada da bola ao gol, pois todo time tem um jogador treinado para as bolas paradas. Colocamos equivocadamente um baixinho na barreira, e quis a má sorte que o personagem fatídico fosse de novo o mesmo Nino Paraíba. Ainda que baixinho, se ao invés de baixar a cabeça tivesse pulado dez centímetros teria evitado o segundo gol.

Foram dois gols tomados por detalhes fáceis de evitar, foram três pontos entregues bobamente.

Diante do Vasco, ainda que o Vasco seja inferior ao Grêmio, convém entrar de sangue quente, convém jogar bola pro mato quando o perigo rondar a defesa e sem essa de baixinho nas barreiras.

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto acima: reprodução Premiere FC