UM TIRO DE ESPOLETA, by Alexandre C. Aguiar
Existe um velha história sobre um tigre que vivia aterrorizando algumas aldeias numa região pobre. Ele possuía um olhar penetrante e devastador, o qual hipnotizava suas presas antes de almoçá-las. Um dia, um caçador foi incumbido de ir ao seu encalço, pois o predador devorou toda a sua criação de cabras e as de todos os seus vizinhos na aldeia. Mas como era pobre, ele tinha apenas uma espingarda velha e surrada, onde cabia apenas uma bala. E então, assim mesmo, ele saiu à caça da fera, com o medo estampado no rosto, mas com a decisão de dar cabo daquilo.
Ao encontrar o tigre, viu que o bicho era bem maior do que se falava, e deduziu que a sua bala sequer faria cócegas no animal, quanto mais ter poder para perfurar a pele e atingir o coração, num tiro fatal. E ele só tinha um tiro. Quando o tigre o encarou e fixou seu olhar penetrante nele, o caçador tomou a decisão mais correta e acertada da sua vida: atirou naquele olho terrível e matou a fera, atingindo a região que era, ao mesmo tempo, poderosa e frágil. Ao final, o caçador correu para casa para trocar as calças borradas de medo, mas feliz por ter resolvido seu problema.
É assim que vejo o meu Avaí neste campeonato brasileiro.
É evidente que não temos ninguém poderoso e que nos faça tremer. Não há nenhum predador forte o suficiente para acabar com a nossa raça. E sequer temos apenas uma bala na agulha numa espingarda enferrujada. Mas é assim que nos portamos. Nosso time vive com medo e se borra a todo instante diante de bichinhos de pelúcia. Sim, os times contra os quais temos jogado até agora sequer têm sombras para nos assustar.
E, ainda assim, insistimos em ir à caça com espingardas de espoleta contra tigres de papel.
O time do Avaí pode não ser uma potência espanhola, sério candidato à Liga dos Campeões, coisa que faz levantar suspiros de dez dentre dez frequentadores do Bar do Bidu. Mas este time para ruim não serve. Não o vejo como candidato a rebaixamento. Tem algo a ser tirado e precisa, urgentemente, dizer o que quer da vida.
Este jogo contra o genérico do Vasco da Gama era para ter trazido três pontos. Era para fazer valer a garra que ainda dizemos haver no nosso hino. Mas quis a história que nos borrássemos mais uma vez.
Segue a valsa desafinada.
8 Comentários:
Meu filho o time do avai tirando o Renan e o Marquinhos, que ta com problemas físicos, é ruim!
Se for pra cima vai tomar um vexame atrás do outro como foi em 2011.
Acorda o filósofo de araque
Pois é, e eu sou polêmico, grosseiro, só entro com os dois pés.
Anônimo,
Cada um analisa da forma que bem entende. Se tu achas que o time é ruim, é contigo...
Outra coisa, o Aguiar é biólogo e não filósofo!
Te liga!
Aguiar,
Esse teu fã clube não é pequeno...
Eu acho que independentemente da divergência de opiniões, podemos externá-las mantendo o respeito...
Gui,
Concordo contigo. Foi o que faltou ao anônimo. Aliás, não queria, mas vou ter que ser mais criterioso na publicação dos comentários...
Se eu fosse o Kleina, eu fazia um dia de treinamento sabem onde né? Quando der uma ressaca lá no moçambique, alguns entrar no mar com bola de ferro no pescoço, pra fortalecer.....
Anônimo 2,
Não é má ideia...
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