quinta-feira, 2 de julho de 2015

UM TIRO DE ESPOLETA, by Alexandre C. Aguiar

Existe um velha história sobre um tigre que vivia aterrorizando algumas aldeias numa região pobre. Ele possuía um olhar penetrante e devastador, o qual hipnotizava suas presas antes de almoçá-las. Um dia, um caçador foi incumbido de ir ao seu encalço, pois o predador devorou toda a sua criação de cabras e as de todos os seus vizinhos na aldeia. Mas como era pobre, ele tinha apenas uma espingarda velha e surrada, onde cabia apenas uma bala. E então, assim mesmo, ele saiu à caça da fera, com o medo estampado no rosto, mas com a decisão de dar cabo daquilo.
Ao encontrar o tigre, viu que o bicho era bem maior do que se falava, e deduziu que a sua bala sequer faria cócegas no animal, quanto mais ter poder para perfurar a pele e atingir o coração, num tiro fatal. E ele só tinha um tiro. Quando o tigre o encarou e fixou seu olhar penetrante nele, o caçador tomou a decisão mais correta e acertada da sua vida: atirou naquele olho terrível e matou a fera, atingindo a região que era, ao mesmo tempo, poderosa e frágil. Ao final, o caçador correu para casa para trocar as calças borradas de medo, mas feliz por ter resolvido seu problema.
É assim que vejo o meu Avaí neste campeonato brasileiro.
É evidente que não temos ninguém poderoso e que nos faça tremer. Não há nenhum predador forte o suficiente para acabar com a nossa raça. E sequer temos apenas uma bala na agulha numa espingarda enferrujada. Mas é assim que nos portamos. Nosso time vive com medo e se borra a todo instante diante de bichinhos de pelúcia. Sim, os times contra os quais temos jogado até agora sequer têm sombras para nos assustar.
E, ainda assim, insistimos em ir à caça com espingardas de espoleta contra tigres de papel.
O time do Avaí pode não ser uma potência espanhola, sério candidato à Liga dos Campeões, coisa que faz levantar suspiros de dez dentre dez frequentadores do Bar do Bidu. Mas este time para ruim não serve. Não o vejo como candidato a rebaixamento. Tem algo a ser tirado e precisa, urgentemente, dizer o que quer da vida.
Este jogo contra o genérico do Vasco da Gama era para ter trazido três pontos. Era para fazer valer a garra que ainda dizemos haver no nosso hino. Mas quis a história que nos borrássemos mais uma vez.
Segue a valsa desafinada.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC e proprietário do blog Força Azurra. Foto acima: Paulo Fernandes / CRVG

8 Comentários:

Anônimo disse...

Meu filho o time do avai tirando o Renan e o Marquinhos, que ta com problemas físicos, é ruim!

Se for pra cima vai tomar um vexame atrás do outro como foi em 2011.

Acorda o filósofo de araque

Alexandre Carlos Aguiar disse...

Pois é, e eu sou polêmico, grosseiro, só entro com os dois pés.

André Tarnowsky Filho disse...

Anônimo,

Cada um analisa da forma que bem entende. Se tu achas que o time é ruim, é contigo...

Outra coisa, o Aguiar é biólogo e não filósofo!

Te liga!

André Tarnowsky Filho disse...

Aguiar,

Esse teu fã clube não é pequeno...

guilherme disse...

Eu acho que independentemente da divergência de opiniões, podemos externá-las mantendo o respeito...

André Tarnowsky Filho disse...

Gui,

Concordo contigo. Foi o que faltou ao anônimo. Aliás, não queria, mas vou ter que ser mais criterioso na publicação dos comentários...

Anônimo disse...

Se eu fosse o Kleina, eu fazia um dia de treinamento sabem onde né? Quando der uma ressaca lá no moçambique, alguns entrar no mar com bola de ferro no pescoço, pra fortalecer.....

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