segunda-feira, 31 de agosto de 2015

QUANDO O JOGO É JOGADO, by Alexandre C. Aguiar

A primeira coisa a se fazer, num campeonato jogado e corrido como é este brasileirão, é deixarmos de fazer contas. Evidentemente que olhamos a tabela e projetamos estratégias de conquistas. É natural. Cogitamos possibilidades. E queremos chegar logo ao objetivo final. Mas, como quem prova uma boa comida ou bebida, isso tem que ser apreciado.
Esqueçamos a calculadora um pouquinho, esse equipamento frio e analítico que nos persegue. O avaiano vai acabar ganhando um Nobel de Matemática por tanto cálculos que faz, todos os dias, a toda hora. Meu amigo Murilo Moreira, professor de Matemática, que nos ajuda com suas projeções, tem até um aplicativo especial para calcular o que nos falta fazer de pontos para escapar de um rebaixamento. E o faz muito bem. Mas prefiro acompanhar o campeonato jogado jogo a jogo. Futebol é isso.
Porque, no jogo jogado, a gente acaba esquecendo o que acontece ao redor. No jogo dos cálculos não se curte uma vitória como a deste domingo contra o Internacional de Porto Alegre. No jogo jogado admira-se a essência que é o futebol, algo dinâmico, sem projeções e totalmente aleatório.
No jogo jogado, curtido, admirado e enaltecido, se evitam as críticas furadas e a má vontade, tão comuns em comentaristas de resultados e admiradores de ídolos de barro.
No jogo jogado, o importante é o time e não as personalidades.
No jogo jogado se compreende as derrotas e se valoriza as vitórias. Entende-se que, para qualquer time do futebol brasileiro, as vitórias são conquistas suadas e sofridas e as derrotas são pedagógicas lições para uma virada.
Assim, enquanto há os avaianos torcedores fiéis que não abandonam o clube, compreendem as dificuldades e lamentam uma derrota, mas vibram intensamente na vitória, outros oportunistas com birra de adolescentes perdem tempo procurando manchas ou vacas aleatórias.
Portanto, às vésperas de mais um aniversário, viva o Avaí que sua, vibra, expõe-se e joga o campeonato. Viva o Avaí de 92 anos de glórias. Viva o Avaí que é maior que os nomes, os críticos e as suas frases infelizes. E viva o Avaí que segue sua vida em busca de seu lugar ao sol, superando dificuldades e se mantendo como um clube amado por quem o compreende e o valoriza, apesar de tudo.
O Avaí que joga campeonatos. O Avaí que vence quando os mal amados já dão uma derrota como certa. O Avaí que nos surpreende. O Avaí que está em nossos corações há muitos anos. As outras coisas ao redor, ah, fazem parte do momento. Eu quero é a história quando o jogo é jogado.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC

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