REFLETORES DA RESSACADA, A INAUGURAÇÃO QUE EU VIVI, by Roberto Costa
Não esqueço aquele noite de 31 de maio de 86, não só pela inauguração dos refletores da Ressacada, mas também por um fato inusitado que me aconteceu.
Foi uma noite excepcionalmente fria, mas ainda assim o evento conseguiu levar excelente público ao Estádio. Consegui vaga para estacionar apenas no terreno onde hoje situam-se os dois campos de treinamento. O terreno era então totalmente irregular, com altos e baixos. Eu tinha um gol 1.8, ano 84, a álcool, carro potente, que voava baixo. Deixei-o ali, no meio de muitos outros veículos e fui para o jogo.
Encerrada a partida entre Avaí e Fluminense com o placar de zero a zero, corri para o carro fugindo do frio insidioso, ansioso por ligar o motor e o ar quente, e foi o que fiz. Engatei então a ré e, antes que percorresse um metro e meio, ouvi soar uma buzina. Só que, com o carro todo fechado por causa do frio, a buzina parecia-me que soava longe. Engano meu, logo em seguida percebi que meu gol chocara-se levemente com outro carro. Saí então pra ver o que acontecera. Eu estava sozinho e havia colidido com um Fiat 147 vermelho, com 4 sujeitos em seu interior.
O motorista e proprietário do Fiat veio pra rua e a meu encontro e foi logo dizendo:
- Não ouviste a buzina, seu cavalo? - O vapor saindo de sua boca por conta da gelada noite.
Expliquei que ouvira a buzina, mas que a mesma me parecera que soava longe. O cara nem se dignou a ouvir minha explicação e retrucou:
- Mas tu não ouviste a buzina, seu cavalo?
- Rapaz, com o carro todo fechado a buzina parecia longe, não entendeste ainda? E outra coisa, cavalo és tu, que eu não sou teu irmão, - acrescentei - apesar de considerar que ele tinha mais três companheiros dentro do Fiat
- Mas tu não escutaste a buzina, seu cavalo? - Ele repetiu, como um disco arranhado.
Foi então que decidi ver o estrago. Devido à irregularidade do terreno uma das minhas lanternas traseiras batera contra o canto do pára-choque do Fiat, quebrando-se, de maneira que o prejuízo fora apenas no meu carro.
- Olha aí, seu animal, - eu disse - só quebrou a minha lanterna.
Aí, o cara que me chamara de animal e que recebera o troco na mesma altura, sossegou, saiu em direção ao Fiat. A paz parecia selada, ninguém partira pra ignorância, pr`as vias de fato, apesar das pesadas ofensas pessoais trocadas. Então, voltando-me para embarcar no gol falei, mais pra mim mesmo, contando que ele não ouviria, referindo-me ao Fiat 147:
- Ainda se fosse um carro, mas uma merda dessa.
- O quê? - Ouvi ele dizer, e partir em minha direção como um touro brabo. Curioso o fato de ele ter assimilado muito bem a devolução das ofensas que me dirigira, mas não conseguir suportar a ofensa ao carro, certamente sua paixão. Trocamos saraivadas de socos, mas felizmente nenhum de nós conseguiu atingir o queixo do outro. Ufa! Enviado por Deus, e pra meu alívio, um guarda apareceu como que por encanto e colocou as coisas no lugar.
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E por falar em iluminação, a Ressacada tá parecendo uma boate. Alô Niltão Pé no Chão, tá economizando ali também? A
VALEU ROGÉRIO. ABRAÇÃO. - Roberto Costa
Rogério,
É bom esse RC, hein?
Grande "A",
És um corneteiro!
RC,
Reencontrando amigos...
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